31 de agosto de 2011

GRAND FUNK RAILROAD - WE'RE AN AMERICAN BAND (1973)



*Post sugerido e dedicado ao grande amigo Igor Breda

We’re An American Band é o sétimo álbum de estúdio da banda norte-americana chamada Grand Funk Railroad. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 15 de julho de 1973, com a produção sob responsabilidade de Todd Rundgren (o qual trabalhou com Badfinger e Meat Loaf, entre outros). Foi gravado entre 12 e 15 de junho de 1973, no Criteria Studios, em Miami, na Flórida, nos Estados Unidos.

O grupo, com o nome de Grand Funk Railroad, foi formado em 1969. O guitarrista, tecladista e vocalista Mark Farner e o baterista e vocalista Don Brewer eram parte de uma banda chamada Terry Knight and The Pack.  Eles se juntaram ao baixista Mel Schacher, que era de outra banda, chamada Question Mark & The Mysterians.

Terry Knight, do “The Pack”, era ex-companheiro de banda de Farner e Brewer, mas desta vez não se uniu a eles para ser um dos músicos e acabou se tornando o manager do conjunto. Knight havia tentado ser músico, além do The Pack, lançou-se em uma carreira como cantor romântico, nas quais não se saiu bem sucedido. Além de ter sido DJ de uma rádio, Knight possuía muitos contatos interessantes no meio musical.

O nome foi uma brincadeira com a ferrovia Grand Trunk Western Railroad, que atravessava a cidade natal da banda, Flint, no Michigan.

Em 1969, a banda participa do Atlanta Pop Festival, sendo muita bem recebida pelo público do festival, sendo convidada a fazer mais participações nos dois dias seguintes. Estas participações renderam ao grupo um contrato com a gravadora Capitol Records.

Ainda em 1969, mais precisamente em agosto daquele ano, a banda lança seu primeiro álbum de estúdio, On Time, que possuía uma característica interessante, pois na gravação, o instrumento mais audível era o baixo, atitude pouco usual na época. Embora o real motivo seja desconhecido, muitos dão crédito para esta gravação não convencional o fato do baixista Mel Schacher ser o músico mais talentoso do grupo.

Em dezembro de 1969, a banda lança seu segundo álbum de estúdio, Grand Funk (também conhecido como “The Red Album”). Sua produção, desta vez, usou o método convencional, concentrando mais o áudio na guitarra de Mark Farner. No trabalho consta um cover de “Inside Looking Out”, do The Animals.

Em julho de 1970 a banda lança seu terceiro álbum de estúdio, Closer To Home. No álbum está o clássico “I'm Your Captain (Closer to Home)”, que foi sucesso na parada de singles dos Estados Unidos. Produzido por Terry Knight, o álbum alavancou a venda dos álbuns anteriores, com todos os 3 vendendo acima de 1 milhão de cópias em 1970. Uma intensa campanha de marketing foi realizada para promover o trabalho, com a banda investindo muito dinheiro nesta empreitada.

Em novembro de 1970, a banda aproveita o sucesso comercial dos álbuns de estúdio e lança um álbum ao vivo, Live Album, um grande sucesso junto ao público, atingindo a 5ª posição da parada norte-americana de álbuns.

Em 1971, a banda lançou mais dois álbuns de estúdio. Além disso, o grupo consegue quebrar um recorde que pertencia aos Beatles: conseguiu esgotar os ingressos para uma apresentação no Shea Stadium, em Nova Iorque (antiga casa do time de baseball New York Mets), em menos de 72 horas, comprovando o grande sucesso que o Grand Funk se tornou na época.

Survival foi o quarto álbum de estúdio, lançado em abril de 1971, com produção de Terry Knight. Em novembro de 1971 sai o quinto álbum de estúdio, E Plubirus Funk, que é outro sucesso e o último com a produção de Terry Knight. Na contracapa do disco, há uma comemoração pelo fato acima citado no Shea Stadium.

Todos estes seis primeiros álbuns do Grand Funk Railroad acima mencionados, acabaram se tornando grandes sucessos comerciais e de público, fato claramente demonstrado pela vendagem dos álbuns e, como bom exemplo, o esgotamento quase instantâneo dos ingressos no show em Nova Iorque. Entretanto, os críticos musicais teciam pesadas críticas ao grupo em suas resenhas.

Ainda no final de 1971, a banda passa a ficar insatisfeita com a forma como Terry Knight estava os dirigindo, especialmente na questão financeira. O grupo decide demitir Knight, dando início a uma prolongada batalha judicial, fazendo com que a banda abandonasse o nome Railroad, ficando apenas como Grand Funk.

Em 1972, a banda contrata o tecladista Craig Frost como membro permanente do conjunto. Frost já era conhecido de Farner e Brewer desde os tempos do ‘The Pack’ e também gravou e excursionou com o Grand Funk Railroad como músico adicional. Mesmo assim, ele não era a primeira escolha do grupo, que havia tentado a contratação de Peter Frampton, mas este estava envolvido com a produção de um disco solo.

Com a nova formação, a banda lança seu sexto álbum de estúdio, Phoenix, em setembro de 1972. Frost trouxe novo estilo para a sonoridade da banda, contribuindo com influências de rhythm & blues, além de um estilo mais pop.

Para o novo álbum, a banda estava tentando refinar mais seu som, assim sendo, asseguraram um músico veterano e experiente para trabalhar como produtor. Este era Todd Rundgren, que contribuiria para o sétimo álbum de estúdio do Grand Funk Railroad, We’re An American Band.

A capa já traria uma grande novidade: o nome da banda fora ‘encurtado’ para apenas Grand Funk (devido à batalha judicial com Knight), sendo que o nome Railroad não aparece em nenhum lugar do álbum.

Havia também quatro adesivos, dois vermelhos e dois azuis, incluídos com o disco e que apresentavam o logotipo da banda. Outra curiosidade era a instrução acima do número do lado do álbum recomendando ao ouvinte que apreciasse o trabalho no volume máximo.

Um dos grandes clássicos da banda abre o álbum, a faixa homônima ao disco, “We’re An American Band”. A música conta com um riff muito bom e possui um ritmo simples, mas bastante contagiante. Também está presente um ótimo solo. Brewer faz os vocais principais da canção, enquanto, normalmente, ficavam a cargo Farner.

Composta pelo baterista Don Brewer, suas letras retratam uma espécie de autobiografia da banda, detalhando a turnê mais recente e as performances energéticas do grupo ao vivo. Também retrata viagens e uma festinha com quatro groupies na cidade de Omaha, no Nebrasca. Na música, “sweet sweet Connie” é uma menção à famosa groupie Connie Hamzy.

O crítico Dave Marsh afirmou no livro The Hart Of Rock And Soul que a inspiração para Brewer compor a canção veio da turnê que o Grand Funk realizava com a banda inglesa Humble Pie. Após um show em 1973, as duas bandas foram beber juntas em um bar e se deu início a uma discussão sobre os méritos do rock norte-americano versus o rock britânico.

O baterista Don Brewer começou a citar os heróis do rock dos Estados Unidos, como Jerry Lee Lewis, Little Richard e Elvis Presley, finalizando, gritou a frase: “We’re An American Band!”. Na manhã seguinte, Brewer escreveu a canção.

A música está presente em alguns comerciais nos Estados Unidos, em alguns filmes, seriados e videogames. Bandas como Poison e Autograph já gravaram versões do clássico do Grand Funk.

Lançada como single, foi um sucesso absoluto. Alcançou a primeira posição da parada norte-americana de singles. Ficou na 99ª posição da eleição realizada pelo canal musical VH1 das 100 melhores músicas de Hard Rock de todos os tempos.

Outro riff bastante interessante e empolgante é a marca registrada da segunda canção do trabalho, “Stop Lookin’ Back”. A faixa apresenta um excelente trabalho de Craig Frost nos teclados e bons solos de Farner.

A terceira faixa do álbum é “Creepin’”. A música possui mais de sete minutos e quebra um pouco o ritmo do trabalho, por não ser uma canção curta e direta como as anteriores. Mas, ao mesmo tempo, é uma faixa mais cadenciada que apresenta excelente trabalho por parte de todos os músicos, ótimos vocais, bons solos e teclados muito inspirados. Certamente uma das melhores do álbum, excepcional música.

A quarta faixa do álbum, “Black Licorice”, retorna ao ritmo inicial do trabalho. É mais uma canção que conta com um riff bem simples e direto e bom trabalho nos vocais. Outra vez os teclados de Carig Frost se destacam bastante, muito inspirados! Outra ótima faixa.

A quinta faixa do álbum é “The Railroad”. É uma balada excelente, muito forte e marcante. O refrão é muito bonito e conta com ótimo trabalho de Mark Farner na guitarra, especialmente no solo. Certamente uma das melhores canções presentes no trabalho.

“Ain’t Got Nobody” é a sexta faixa de We’re An American Band e se trata de outra canção mais rápida e direta. Possui um bom refrão e um ritmo contagiante. “Walk Like A Man” segue o mesmo ritmo da faixa anterior, mas é uma canção mais marcante, com a guitarra mais forte e vocais mais impactantes. Outra excelente faixa do álbum.

A oitava faixa e que encerra o álbum é “Loneliest Rider”. A música apresenta um riff mais pesado e cadenciado, mas, simultaneamente, muito forte. O refrão é, mais uma vez, muito bom. É uma ótima forma de encerrar o trabalho, com outra grande canção.

We’re An American Band alcançou o segundo lugar da parada de sucesso norte-americana de álbuns, a Billboard, e também foi o responsável por popularizar o tradicional logotipo da banda.

Com o trabalho do produtor Todd Rundgren, tornando o som da banda mais “comercial e acessível”, o álbum foi o primeiro a receber comentários positivos por parte dos críticos especializados em música.

A turnê de divulgação foi um sucesso total, com estádios lotados e o público dos Estados Unidos contagiado pelo grupo. Os shows possuíam um enorme telão que apresentava imagens da banda previamente gravadas tocando em estúdio ou apenas se divertindo.

Formação:
Mark Farner – Guitarra, Teclado, Vocal
Don Brewer – Bateria, Percussão, Vocal
Mel Schacher – Baixo
Craig Frost – Teclado

Faixas:
01. We're an American Band (Brewer) – 3:27
02. Stop Lookin' Back (Brewer/Farner) – 4:52
03. Creepin' (Farner) – 7:02
04. Black Licorice (Brewer/Farner) – 4:45
05. The Railroad (Farner) – 6:12
06. Ain't Got Nobody (Brewer/Farner) – 4:26
07. Walk Like a Man (Brewer/Farner) – 4:05
08. Loneliest Rider (Farner) – 5:17

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/grand-funk-railroad/

Opinião do Blog:
O Grand Funk Railroad é uma banda muito importante para o cenário musical dos Estados Unidos no início da década de setenta.

Em uma época em que a música era dominada pelos grandes nomes britânicos como Led Zeppelin, Deep Purple e Black Sabbath, o Grand Funk Railroad foi a primeira ‘poderosa resposta genuinamente’ norte-americana no cenário do Hard Rock. E a banda verdadeiramente tinha orgulho em ostentar esta bandeira.

Mais uma vez provando que os críticos especializados em música, no mínimo, têm sérias dificuldades em entenderem propostas musicais – para não se dizer que não entendem é nada faz muito tempo – o público dos Estados Unidos ‘abraçou’ a banda desde seus primórdios enquanto os álbuns possuíam resenhas sempre depreciativas.

We’re An American Band apresenta o grupo com uma sonoridade mais madura e ainda mais acessível ao público, sendo o responsável por conquistar definitivamente os Estados Unidos. Canções como a faixa-título, “Stop Lookin’ Back”, “The Railroad” e “Loneliest Rider” são exemplos de composições de Hard Rock de primeira qualidade.

Excelente álbum, apresentando uma banda competente e inspirada, obrigatório para fãs de Rock & Roll de ótima qualidade.

Vídeos Relacionados:

We're an American Band, ao vivo


Stop Lookin' Back


Black Licorice, ao vivo


The Railroad


Contato: rockalbunsclassicos@hotmail.com

27 de agosto de 2011

BLACK SABBATH - PARANOID (1970)



Paranoid é o segundo álbum de estúdio da banda inglesa de Heavy Metal chamada Black Sabbath. Seu lançamento oficial aconteceu no dia 18 de setembro de 1970, sendo sua produção responsabilidade de Rodger Bain. As gravações ocorreram entre os dias 16 e 21 de junho de 1970, no Regent Sound Studios e no Island Studios, ambos em Londres, no Reino Unido.

23 de agosto de 2011

MEGADETH - RUST IN PEACE (1990)



Rust in Peace é o quarto álbum de estúdio da banda norte-americana de Heavy Metal chamada Megadeth. Foi lançado em 24 de setembro de 1990 com a produção sendo realizada por Mike Clink e também pelo guitarrista e líder da banda, Dave Mustaine. O álbum foi gravado durante o ano de 1990, no Rumbo Studios, na Califórnia, nos Estados Unidos.

Em janeiro de 1988, o Megadeth lançava seu terceiro álbum de estúdio, o ótimo So Far, So Good... So What! Embora se trate de um álbum muito bem recebido por seus fãs e considerado um clássico nos dias de hoje, parte da crítica especializada da época não recebeu o trabalho de maneira positiva.

É nele que está presente um dos maiores clássicos da banda, “In My Darkest Hour”, música composta por Dave Mustaine em homenagem à memória do baixista Cliff Burton, do Metallica, morto em um terrível acidente em 1986.

Em fevereiro daquele ano, o Megadeth inicia uma grande turnê para promover o álbum, começando como banda de abertura para o lendário Ronnie James Dio na Europa e, depois, fazendo as apresentações de abertura do Iron Maiden nos Estados Unidos, com sua famosa turnê ‘7th Tour Of 7th Tour”.

Nesta altura, o baterista da banda era Chuck Behler, que apresentava problemas de saúde relacionados a abuso de drogas. Mustaine então contratou o baterista Nick Menza como técnico de bateria (roadie) de Behler, deixando-o de sobreaviso para o caso de Behler não conseguir prosseguir com os trabalhos.

Em maio de 1988, um bêbado Dave Mustaine age de maneira irresponsável, provocando uma grande selvageria em um show em Antrim, na Irlanda do Norte. Mustaine dedica a canção “Anarchy in the UK” ao IRA (Exército Republicano Irlandês), com a frase: “This one is for the cause, give Ireland back to the Irish!” Com isto, católicos e protestantes entraram em grande conflito, que foi a inspiração para que Mustaine compusesse a canção “Holy Wars... The Punishment Due”.

Em agosto de 1988, o Megadeth participa do Monsters Of Rock, festival que acontece no castelo de Donnington, juntamente com KISS, Iron Maiden, Helloween, Guns ‘N’ Roses e David Lee Roth, ex-vocalista do Van Halen, com uma audiência superior a cem mil pessoas. A banda foi convidada para participar do Monsters Of Rock European Tour, mas a banda desiste de participar logo após a primeira apresentação, devido aos problemas do baixista David Ellefson com o abuso de drogas.

Após isso, Mustaine acabou demitindo o baterista Chuck Behler e o guitarrista Jeff Young, alegando que havia muitos problemas na banda que eram potencializados enquanto o grupo estava em turnê, especialmente relacionados ao abuso de drogas. Por causa disso, o Megadeth cancelou a turnê que faria na Austrália.

Em julho de 1989, o então roadie, Nick Menza, é contratado como baterista oficial da banda. Como trio, o grupo grava o cover “No More Mr. Nice Guy”, do Alice Cooper, que acabou se tornando trilha sonora do filme Shocker, de Wes Craven, de 1989.

Depois disso, Dave Mustaine acabou preso por dirigir intoxicado e em posse de narcóticos, quando bateu em um carro estacionado em que estava um policial de folga. No tribunal, o vocalista foi condenado a frequentar uma clínica de reabilitação e ficando sóbrio pela primeira vez em dez anos.

Com sua nova sobriedade, o Megadeth passou a uma lenta busca por um novo guitarrista. Lee Altus, da banda Heathen e Eric Meyer, do Dark Angel, foram ‘testados’. Meyer já havia sido convidado quando Chris Polland foi demitido da banda, mas preferiu continuar no Dark Angel. Também era comum Slash fazer seções com Mustaine e Ellefson e aparentava que ele iria se juntar ao conjunto, mas ele permaneceu no Guns ‘N’ Roses.

Também Dimebag Darrell Abbott, da então desconhecida banda Pantera, foi ouvido e convidado para adentrar o Megadeth, mas acabou recusando por que insistia que somente faria parte do grupo se o seu irmão e baterista Vinnie Paul Abbott também fosse contratado. Mas Mustaine havia acabado de contratar Nick Menza como baterista e Dimebag continuou no Pantera.

Em 1987, Mustaine havia demitido o guitarrista Chris Poland e fez um teste com um guitarrista de, na época, 16 anos, Jeff Loomis (das bandas Sanctuary e Nevermore). Embora tenha ficado impressionado com a atuação do jovem, ele temeu contratá-lo por conta de sua pouca idade.

De volta a 1989, Loomis fica sabendo que o Megadeth mais uma vez se encontrava buscando um guitarrista. Ao assistir a um show da banda Cacophony, que contava com os guitarristas Jason Becker e Marty Friedman, Loomis conta a Friedman sobre a vaga no Megadeth. Marty havia acabado de lançar um álbum solo, Dragon’s Kiss, de 1988.

Em seu primeiro teste, Mustaine rejeitou Friedman, acredite, pois este possuía um cabelo multicolorido. Mas Friedman acabou sendo contratado em fevereiro de 1990 como guitarrista do Megadeth. A escolha se revelaria mais que acertada, pois se trata de um excelente guitarrista.

Com Mustaine na guitarra e vocal, Dave Ellefson no baixo, Nick Menza na bateria e Marty Friedman na guitarra, o Megadeth entra em estúdio em março de 1990 para iniciar a composição e gravação de Rust In Peace. Seria a primeira vez que a banda conseguiria gravar um álbum inteiro sem trocar de produtor durante o processo e, também, pela primeira vez, o grupo estava sóbrio durante todo o trabalho sem os rotineiros problemas relacionados ao consumo excessivo de drogas que atrapalharam as gravações dos álbuns anteriores.

A ideia para o nome do álbum, Rust In Peace, veio enquanto Dave Mustaine estava dirigindo e viu um adesivo no para-choque de um veículo. De um lado havia a frase: 'One nuclear bomb could ruin your whole day' e do outro: 'May all your nuclear weapons rust in peace'. No mesmo instante, Mustaine pensou que Rust In Peace seria um ótimo nome para o álbum, como declarou anos depois.

A arte da capa foi baseada em uma ideia de Dave Mustaine, sendo elaborada pelo artista Ed Repka. Ela conta com o mascote do Megadeth, Vic Rattlehead, e os cinco líderes da "five major world powers", do início dos anos noventa. Os cinco líderes, da esquerda para direita, presentes na capa, são: o ex-Primeiro Ministro Britânico John Major, ex-Primeiro Ministro Japonês Toshiki Kaifu, ex-Presidente da Alemanha Richard von Weizsäcker, ex-Secretário Geral da União Soviética Mikhail Gorbachev, e o ex-Presidente dos Estados Unidos George H. W. Bush.

Abre o álbum um dos grandes clássicos da banda, “Holy Wars... The Punishment Due”. A música é uma grande aula de composição, possuindo riffs mais que inspirados, na realidade, brilhantes. A atuação das guitarras é excepcional, contando com solos excelentes.

“Holy Wars” foi inspirada pelo conflito existente no Reino Unido pela libertação da Irlanda do Norte, relativo ao IRA e as animosidades entre católicos e protestantes. Também incentivou na concepção da canção os incidentes ocorridos no show na Irlanda do Norte em maio de 1988, que foi descrito acima e forçou a banda a continuar a turnê pelo Reino Unido em um ônibus ‘à prova de balas’.

“The Punishment Due” é inspirada no popular personagem dos quadrinhos da Marvel, o Justiceiro (The Punisher).

Foi feito um videoclipe para ‘Holy Wars’ e neste havia várias imagens de guerras ocorridas na década de oitenta, em sua maioria, capturadas de conflitos no Oriente Médio. Lançada como single, alcançou a 24ª posição da parada britânica. É presença obrigatória nos shows desde então.

“Hangar 18” é a segunda faixa do álbum. É mais um clássico absoluto do Megadeth. É outra faixa com uma verdadeira aula de inspiração na criação de riffs e solos de guitarras, contagiantes para quem é fã do estilo.

O baterista Nick Menza afirmou que a canção é baseada em teorias de conspiração de natureza ufológica. O hangar 18 seria uma base militar norte-americana que abrigaria artefatos alienígenas, assim como formas biológicas cadavéricas de seres vivos de outros planetas mantidas congeladas. Mustaine confirma a inspiração, citando que o hangar 18 se situaria na região conhecida como “the four corner state”, nos Estados Unidos, sendo mais precisamente encontrada na base-aérea  Wright-Patterson Air Force Base, em Ohio.

“Hangar 18” possui um videoclipe promocional da canção inspirado nas letras da canção, apresentando alienígenas sendo torturados e, no fim, os quatro membros da banda em uma câmara de congelamento.

Lançada como single, atingiu a 26ª posição da parada britânica. Mais que isso, foi nomeada para o prêmio Grammy de 1992 na categoria “Best Metal Performance”, embora não tenha vencido.

É outra presença obrigatória nos shows. No nono álbum de estúdio da banda, The World Needs A Hero, de 2001, o grupo gravou uma sequência para a canção, “Return To Hangar”, na qual as letras se referem aos cadáveres alienígenas congelados retornando à vida.

“Take No Prisoners” é a terceira faixa do álbum, com um ótimo riff, ora bem rápido, ora mais cadenciado. A música possui ótimos solos ao seu final. Sua letra se refere a prisioneiros de guerra.

A quarta faixa de Rust In Peace é “Five Magics”, canção que se inicia de maneira mais lenta e com forte base construída pelo baixo de Ellefson, a qual rapidamente dá lugar a inspirado riff criado por Mustaine. É baseada no romance Master Of The Five Magics, de Lyndon Hardy. Ótima canção.

A quinta faixa do álbum é “Poison Was The Cure” que tem suas letras inspiradas no vício que Mustaine possuía em heroína. Também conta com uma excelente introdução que se desenvolve em um excelente riff, puro Thrash Metal de altíssimo nível. Mais uma excelente canção.

“Lucretia” é a sexta canção do álbum. Conta com mais um riff inspiradíssimo por parte de Dave Mustaine. A música segue em um ritmo mais cadenciado, porém pesado, dando espaço para excelentes solos. As letras foram inspiradas em uma brincadeira: Lucretia seria um fantasma que vive no sótão de Mustaine.

Um dos melhores riffs da história do Heavy Metal abre a sétima faixa, a extraordinária “Tornado Of Souls”. A faixa é uma aula sobre riffs de guitarras, contando com solos de pura inspiração e muita técnica. Certamente uma das melhores canções de toda a discografia da banda, exemplo de muito peso repleto de melodia.

As letras de “Tornado Of Souls” são uma reflexão sobre relacionamentos que não funcionam bem e a dificuldade muitas vezes encontrada em terminá-los. Excelente trabalho, também, na bateria de Nick Menza. Aliás, todos merecem destaque na faixa.

Um ótimo trabalho no baixo por parte de Ellefson é a marca registrada da oitava faixa, “Dawn Patrol”. Suas letras são declamadas ao invés de cantadas, tratando da destruição do meio-ambiente pelo aquecimento global e como seria a vida dos seres humanos após uma guerra nuclear.

Fecha o álbum outra faixa sensacional, “Rust In Peace... Polaris”. As letras da canção falam sobre os mísseis intercontinentais (com alcance superior a 5000 Km) e que seriam usados em uma possível guerra nuclear. Inclusive, Polaris é o nome de um desses mísseis, o UGM-27 Polaris.

Possui uma ótima introdução pela bateria de Menza e é construída baseando-se em excelentes riffs compostos por Dave Mustaine, pesados e ao mesmo tempo com muita melodia. Mais um excepcional trabalho das guitarras do Megadeth.

Seguindo o lançamento de Rust In Peace, em setembro de 1990, a banda saiu em grande turnê. Primeiramente, uniu-se às bandas Slayer, Testament e Suicidal Tendencies para a “Clash Of Titans” Tour, pela Europa.

Já em outubro de 1990, o Megadeth foi convidado para ser a banda de abertura dos gigantes do Heavy Metal, o Judas Priest, que realizava a turnê de divulgação de seu lançamento daquele mesmo ano, o fantástico Painkiller. A turnê com o Judas Priest terminaria em janeiro de 1991, com uma apresentação no festival Rock In Rio II, para cerca de 120 mil pessoas.

Com o sucesso da turnê europeia “Clash Of Titans”, uma versão norte-americana teve início em maio de 1991, com o Megadeth, Slayer, Anthrax e o Alice In Chains. Ainda em 1991 a banda lançaria seu primeiro Home Video, o Rusted Pieces, que continha seis videoclipes da banda e uma entrevista com os membros.

O álbum Rust In Peace teve ótima recepção pela crítica e pelos fãs. O álbum atingiu a 23ª posição na parada de álbuns norte-americana e a 8ª posição na parada britânica. Em 1991, o álbum foi indicado para o Grammy na categoria de melhor performance de Heavy Metal, mas não saiu vitorioso.

O álbum é quase sempre citado como um dos melhores lançamentos de Heavy Metal de todos os tempos: a eleição feita pelo site MusicRadar o colocou na sexta posição dentre os 50 melhores álbuns de Heavy Metal, enquanto o IGN o considerou o quarto álbum mais influente do estilo.

Em 2010, comemorando o vigésimo aniversário do lançamento de Rust In Peace, a banda fez uma turnê comemorativa com 22 apresentações entre 1º e 31 de março, na qual tocava o álbum inteiro na ordem e na íntegra. Outras bandas clássicas do Thrash Metal norte-americano, Exodus e Testament, acompanharam o Megadeth na tour.

Formação:
Dave Mustaine – Guitarra e Vocal
Marty Friedman – Guitarra
Dave Ellefson – Baixo, Backing Vocals
Nick Menza – Bateria, Backing Vocals

Faixas:
01. Holy Wars... The Punishment Due (Mustaine) - 6:32
02. Hangar 18 (Mustaine/Menza) - 5:11
03. Take No Prisoners (Mustaine) - 3:27
04. Five Magics (Mustaine) - 5:39
05. Poison Was the Cure (Mustaine) - 2:56
06. Lucretia (Mustaine/Ellefson) - 3:56
07. Tornado of Souls (Mustaine/Ellefson) - 5:19
08. Dawn Patrol (Ellefson) - 1:51
09. Rust in Peace... Polaris (Mustaine) - 5:44

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/megadeth/

Opinião do Blog:
É indiscutível a importância que o Megadeth tem no cenário do Thrash/Heavy Metal mundial. A banda possui uma discografia sólida e consistente, sempre com lançamentos que apresentam canções de qualidade. O ponto baixo da carreira é o álbum Risk, de 1999, no qual a banda apostou em um novo caminho e não foi lá muito bem sucedida.

Dave Mustaine sempre se mostrou uma figura inconstante. Demitiu vários e diversos músicos talentosos da banda, brigou com vários outros (da banda e de fora dela), faz declarações polêmicas (e infelizes) em algums entrevistas, além de sua controversa conversão ao cristianismo. Por anos, parecia obcecado em realizar sua vingança prometida contra o Metallica por conta de sua demissão do grupo.

Se o Megadeth não conseguiu o sucesso comercial do Metallica, simultaneamente, Mustaine demonstrou durante todo seu trabalho com a banda ser um dos melhores compositores da história do Heavy Metal. Em especial na construção de riffs inspirados e letras que, se não se pode concordar com seu conteúdo, primam pela criatividade e busca por temas políticos e sociais de relevância. Talvez o fato de Mustaine não poder ser considerado um grande vocalista (e, de fato, não passa nem perto) atrapalhou a banda em conseguir maior repercussão comercial. Entretanto, Mustaine tem a seu favor outro trunfo: o fato inconteste de ser um excelente guitarrista.

Rust In Peace apresenta a banda com sua melhor formação. Todas as faixas do álbum são de profunda inspiração e contam com riffs magníficos. “Holy Wars”, “Hangar 18”, “Rust In Peace” são clássicos indiscutíveis, além da aula de guitarras que é “Tornado Of Souls”, uma faixa extraordinária.

Rust In Peace é mais que um álbum recomendado ou obrigatório. É uma referência para fãs de Heavy Metal, o qual apresenta uma aula de guitarras, de construção de riffs e, fundamentalmente, que o Heavy Metal pode sim ser pesado e, ao mesmo tempo, repleto de melodias. Um álbum excepcional!

Vídeos Recomendados:

Holy Wars... The Punishment Due, ao vivo


Hangar 18, ao vivo no Rock In Rio II


Rust In Peace... Polaris, ao vivo


Tornado Of Souls, ao vivo


Contato: rockalbunsclassicos@hotmail.com

20 de agosto de 2011

THIN LIZZY - JAILBREAK (1976)



Jailbreak é o sexto álbum de estúdio da banda irlandesa de Hard Rock chamada Thin Lizzy. Seu lançamento ocorreu em 26 de março de 1976 com a produção ficando a cargo de John Alcock. Foi gravado entre dezembro de 1975 e janeiro de 1976 no Ramport Studios, em Londres, na Inglaterra.

O Thin Lizzy foi formado em 1969, na cidade de Dublin, capital da Irlanda. Sua formação original contava com o guitarrista Eric Bell, o tecladista Eric Wrixon, o baterista Brian Downey e o baixista e vocalista Phil Lynott. Lynott acabou se tornando o líder da banda, e seu principal compositor. Além disso, foi um dos primeiros (e únicos) negros a obter sucesso no mundo do Hard Rock.

A banda passou por algumas mudanças de formações no decorrer dos anos, com apenas a seção rítmica permanecendo fixa, com o baixista e vocalista Lynott e o baterista Brian Downey.

Até 1975, a despeito da qualidade dos trabalhos lançados anteriormente, o Thin Lizzy ainda não havia conseguido alcançar grande repercussão com o lançamento de seus quatro primeiros álbuns.

O único sucesso da banda ocorreu no lançamento de um single que contava com a música “Whiskey In The Jar”, que conseguiu alcançar a sexta posição na parada de singles do Reino Unido em 1973.

Curiosamente, “Whiskey In The Jar” é uma canção tradicional irlandesa, e a banda acabou fazendo uma versão para esta música, normalmente cantada pela população em bares. Lynott odiou a versão e o lançamento desta, pois a música não refletia a sonoridade e nem o estilo do Thin Lizzy. Foi desta versão de “Whiskey In The Jar” que o Metallica se baseou para fazer a versão contida no álbum de covers da banda lançado em 1998, Garage Inc.

Conforme dito, até 1975, somente o single supracitado conseguiu dar visibilidade ao trabalho da banda, tendo, os quatro primeiros álbuns de estúdio, passado em branco.

Uma das principais mudanças na vida do Thin Lizzy ocorre quando a banda decide ter dois guitarristas ao invés de um. A primeira vez que isto ocorreu foi em 1974, quando o amigo de Lynott, o lendário guitarrista Gary Moore deixa a banda, sendo substituído pelos guitarristas John Cann e Andy Gee, somente para encerrarem a turnê da banda que estava em curso.

Lynott e Downey, então, realizam várias audições para recrutarem novos membros para o Thin Lizzy. Os escolhidos foram um guitarrista escocês de 18 anos, Brian Robertson, e um guitarrista californiano, Scott Gorham.

Com esta formação a banda gravou o seu quarto álbum de estúdio, Nightlife (1974), que deixou a banda furiosa com sua produção, segundo os músicos, muito “soft”. O álbum falhou e não conseguiu trazer sucesso para a banda (mas vale à pena ouvi-lo, é um bom trabalho).

Em 1975, a banda faz a sua primeira turnê nos Estados Unidos, como banda de suporte para Bob Seger e para os canadenses do Bachman-Turner Overdrive. Estes, quando foram à Europa para promover seu hit “You Ain’t Seen Not Yet”, convidam o Thin Lizzy novamente para a turnê, o que acabou sendo muito benéfico para a banda.

Assim, a banda grava e lança o seu quinto álbum de estúdio, Fighting (1975). Embora nenhum single tenha conseguido sucesso, o álbum consegue, pela primeira vez na história do Thin Lizzy, atingir a parada de sucessos britânica, ficando com a 60ª posição.

Bem mais importante que isso, o ótimo Fighting apresenta canções como “Suicide” e “Wild One”, as quais começam a explorar os benefícios de se possuir duas guitarras em uma banda, dando novas possibilidades em sua sonoridade. O álbum acabou se tornando o embrião do estilo que acabaria consagrando o Thin Lizzy mundialmente a partir de seu próximo álbum de estúdio, Jailbreak, de 1976.

Ainda em 1975, a banda faria uma turnê em suporte à banda Status Quo. Assim que a tour se finalizou, o grupo se reuniu para compor e gravar Jailbreak.

O álbum apresentaria a evolução da sonoridade apresentada ainda em caráter inicial no álbum anterior, Fighting, com as guitarras ‘gêmeas’ dando um show.

O clássico homônimo ao álbum abre o disco. “Jailbreak” apresenta um ótimo riff e o trabalho com as duas guitarras da banda, com bons solos e um refrão contagiante. Destaque para o excelente trabalho nos vocais de Phil Lynott. Conta com o guitarrista Brian Robertson usando o pedal com efeito wah-wah de sua maneira característica.

As letras são sobre a fuga da prisão de alguns valentões, tema que foi abordado em outras canções por Lynott. A canção se tornou um dos grandes clássicos do Thin Lizzy e era presença obrigatória nos shows da banda.

Foi lançada como single, obtendo grande sucesso tanto na Europa quanto nos Estados Unidos. Em uma eleição do canal VH1, foi considerada a 73ª melhor música de Hard Rock de todos os tempos.

A segunda faixa do álbum é “Angel From The Coast”. Faixa com um riff bem típico do Thin Lizzy, repleto de ritmo, forte e ao mesmo tempo suave. O grande destaque da faixa é o trabalho das duas guitarras por parte de Robertson e Gorham.

A terceira faixa do álbum é a ótima “Running Back”. A faixa começa com um riff bem cativante e suave, mas que também é contagiante. Na realidade, apesar de ser uma ótima canção, a música quebra o ritmo das primeiras canções do trabalho.

“Running Back” foi alvo de polêmica na época do lançamento de Jaibreak. Phil Lynott queria que a faixa fosse o primeiro single a ser lançado e por isso a música teve um tratamento diferenciado. O tecladista Tim Hinkley foi convidado e tocou os teclados encontrados na canção, além do produtor John Alcock ter dado uma produção mais comercial à mesma.

Brian Robertson ficou furioso com isso, pois ele havia gostado da forma original com que “Running Back” havia sido gravada. Embora a versão encontrada no álbum seja a ‘produzida’, no fim de tudo não foi lançada como single.

A simples e bela “Romeo And The Lonely Girl” é a quarta faixa de Jailbreak. Conta com um riff muito inspirado e suave, além de contar com um vocal muito emotivo por parte de Lynott. Mais um ótimo refrão e belos solos.

“Warriors” mantém o elevado nível do álbum. Conta com um excelente riff e ótimo trabalho no baixo por parte de Lynott. O trabalho das guitarras mais uma vez é excelente, casando perfeitamente com os vocais de Lynott. Os solos são muito inspirados. Certamente uma das melhores músicas do álbum.

Um grande clássico da banda é a sexta faixa do álbum. Trata-se de “The Boys Are Back In Town”. Faixa obrigatória nos shows do Thin Lizzy, é outra faixa com a sonoridade clássica das ‘guitarras gêmeas’.

A revista britânica especializada em música, Q magazine, considerou a faixa a 38º melhor trabalho de guitarra em uma canção de rock de todos os tempos.

Lançada como single, foi extremamente bem sucedida. Atingiu a 8ª posição no Reino Unido e ficando a 12ª posição na parada norte-americana, abrindo definitivamente as portas do sucesso internacional para o Thin Lizzy.

Bandas como Bon Jovi e The Cardigans fizeram versões cover do clássico “The Boys Are Back In Town”.

A sétima faixa é “Fight Or Fall”. É uma excelente música, contando com uma sonoridade bastante suave, quase uma balada. Ótimos vocais e solos com bastante feeling, outra excelente canção.

“Cowboy Song” conta com um riff simples e marcante, com a sonoridade típica da banda. Destaque maior para o excelente trabalho dos vocais de Lynott. A excelente “Emerald” fecha o álbum, contando com um riff mais pesado e excelente trabalho das ‘guitarras gêmeas’ com solos muito bons. Mais uma das melhores do álbum.

Quando lançado em vinil, a contracapa contava com uma pequena história relativa às letras do álbum, embora não seja um trabalho conceitual.

Grande sucesso tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos, Jailbreak permitiu ao Thin Lizzy excursionar com grandes bandas como Aerosmith e Rush.

A banda pretendia fazer uma turnê em junho de 1976 nos Estados Unidos com o Rainbow, mas Phil Lynott contraiu hepatite e a turnê teve que ser cancelada. Enquanto esteve doente, Lynott escreveu a maior parte do próximo trabalho de estúdio do Thin Lizzy, Johnny The Fox.

Formação:
Phil Lynott - Baixo, Vocal, Violão
Scott Gorham - Guitarra
Brian Robertson - Guitarra
Brian Downey – Bateria, Percussão

Faixas:
01. Jailbreak (Lynnot) – 4:01
02. Angel from the Coast (Lynott/Robertson) – 3:03
03. Running Back (Lynnot) – 3:13
04. Romeo and the Lonely Girl (Lynnot) – 3:55
05. Warriors (Lynott/Gorham) – 4:09
06. The Boys Are Back in Town (Lynnot) – 4:27
07. Fight or Fall (Lynnot) – 3:45
08. Cowboy Song (Lynott/Downey) – 5:16
09. Emerald (Gorham/Downey/Robertson/Lynott) – 4:03

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/thin-lizzy/

Opinião do Blog:
O Thin Lizzy é uma das grandes bandas do Hard Rock dos anos setenta, com uma ótima discografia.

Um dos pontos fortes da banda é a criatividade do seu principal compositor, o talentoso Phil Lynott, que conseguia transmitir toda a sua diversificada influência musical na sonoridade da banda. Vários álbuns apresentam canções com significativas diferenças entre as faixas, mesmo que a base sempre seja o rock.

Jailbreak é um excelente álbum em que quase todas as músicas são excelentes, contando com ótimas guitarras por parte de Brian Robertson e Scott Gorham. Os riffs, solos e duetos são todos feitos com grande habilidade e muito talento. Também é obrigatório destacar as interpretações de Lynott ao cantar as canções.

Banda obrigatória para fãs da sonoridade setentista. E Jailbreak é um clássico, para se ouvir e curtir várias e várias vezes.

Vídeos Relacionados:

Jailbreak, ao vivo


The Boys Are Back In Town, ao vivo


Running Back


Warriors


Contato: rockalbunsclassicos@hotmail.com

18 de agosto de 2011

BLACK LABEL SOCIETY - MAFIA (2005)



Mafia é o sexto álbum de estúdio da banda norte-americana Black Label Society. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 8 de maio de 2005 com a produção a cargo do guitarrista e líder da banda, Zakk Wylde.

O Black Label Society foi a banda formada pelo guitarrista Zakk Wylde para lançar seus trabalhos compostos fora de sua carreira com Ozzy Osbourne e, desde que deixou de acompanhar o lendário vocalista, passou a ser sua principal atividade como músico.

A primeira vez que Zakk montou uma banda paralela à sua carreira com Ozzy foi em 1991, quando, na época, o vocalista anunciou a No More Tours, que seria sua turnê de despedida.

Junto ao baixista James LoMenzo e ao baterista Greg D’Angelo, Zakk formou a banda chamada Lynyrd Skynhead. Com esta formação a banda lança duas canções, “Farm Fiddlin”, uma canção bem no estilo ‘Southern Rock’ norte-americano e uma versão para o clássico “Baby Please Don’t Go”, sendo ambas lançadas em compilações.

Em 1994, Greg D’Angelo deixa a banda e é substituído por Brian Tichy. Ao mesmo tempo, a banda deixa o nome Lynyrd Skynhead e passa a se chamar Pride & Glory. Em maio de 1994, eles lançam seu álbum de estreia homônimo.

Em junho daquele ano, o Pride & Glory participa do Monsters Of Rock, na Inglaterra. O baixista LoMenzo deixa a banda após a turnê japonesa e pouco antes da parte norte-americana da mesma. O amigo de Zakk, John DeServio, é o substituto para completar a tour. No dia 10 de dezembro de 1994, o Pride & Glory faz seu último show, com a participação especial do guitarrista Slash (ex-Guns ‘N’ Roses) nas músicas “Voodoo Child” e “Red House”.

Já em 1996, Zakk Wylde lança um álbum solo, acústico, chamado Book Of Shadows, que obtém certo sucesso.

O primeiro trabalho lançado como a banda Black Label Society aconteceu em 1998, com o álbum Sonic Brew. Ficou decidido, antes que o trabalho fosse considerado mais um lançamento da carreira solo de Zakk, que o Black Label Society seria uma banda duradoura.

Em Sonic Brew, Zakk Wylde tocou as guitarras, baixo, piano e fez os vocais, sendo que apenas a parte relativa à bateria foi gravada por outro músico, Phil Ondich. Mas com o objetivo de tornar o Black Label Society uma banda duradoura, Zakk contrata o guitarrista Nick Catanese e o baixista John DeServio como membros da banda, começando uma turnê para divulgação do primeiro álbum.

Para o lançamento de seu segundo álbum, Stronger Than death, de 2000, mais mudanças na formação, com a saída de John DeServio e a entrada Steve Gibb em seu lugar. Contando com boas músicas, o álbum tem repercussão, incentivando o grupo a lançar um disco ao vivo.

Alcohol Fueled Brewtality Live!! +5, foi gravado de um show em Los Angeles, Estados Unidos, em 28 de outubro de 2000 e continha mais cinco faixas de estúdio, sendo lançado em janeiro de 2001. Já na gravação do show, o baterista era Craig Nunenmacher, o qual havia substituído Phil Ondich em julho de 2000.

Já em 2002, o ótimo 1919 Eternal é lançado. Algumas músicas desse álbum foram compostas por Zakk para o álbum Down To Earth, de Ozzy Osbourne, lançado em 2001. Mas Ozzy as considerou “too Black Label”, e Zakk acabou as usando em seu disco do Black Label Society. Neste álbum, Zakk deixa de tocar o baixo em algumas faixas, as quais contaram com a participação do ótimo baixista Robert Trujillo, que havia entrado na banda em 2001, substituindo Steve Gibb.

Em 2003, Robert Trujillo deixa o Black Label Society para se juntar como membro efetivo do Metallica, no qual permanece até hoje. Seu substituto, temporariamente, foi Mike Inez (que tocou com Zakk na banda de Ozzy Osbourne). Inez ficou com a banda durante a turnê de promoção do álbum The Blessed Hellride, mais um ótimo lançamento do grupo, de 2003.

Nos quatro primeiros álbuns de estúdio, Zakk Wylde tocou todos os instrumentos das músicas (exceto o baixo em poucas faixas de 1919 Eternal) que não fossem a bateria. Isto não ocorre no Hangover Music Vol. VI, o quinto álbum de estúdio do Black Label Society, lançado em 2004. O álbum é consideravelmente diferente dos anteriores, contando com músicas muito mais leves, por vezes acústicas. A esta altura, o baixista da banda já era James LoMenzo. Também foi o último álbum do Black Label Society lançado pela Spitfire Records.

O sexto álbum de estúdio é lançado pelo selo independente Artemis Records e do qual começa-se a falar, Mafia.

“Fire It Up”, uma das melhores faixas da discografia da banda é que abre o trabalho. Apresenta um riff muito pesado, vocais agressivos e bateria marcante. Excelente faixa, conta  com Zakk utilizando o efeito talk box na guitarra no início da música. O solo é excepcional.

Lançada como single, atingiu a 35ª posição na parada norte-americana. Vale à pena conferi-la, é um grande trabalho. A segunda faixa do álbum é “What’s In You”, uma canção com cerca de três minutos de duração e típica da sonoridade do Black Label Society.

A terceira faixa do álbum é mais uma conhecida música da banda, “Suicide Messiah”.  É outra canção que possui um riff bastante pesado, mas ao mesmo tempo cadenciado e marcante. Os vocais de Zakk fazem um ótimo trabalho, combinando de maneira bem interessante com o riff. O refrão é muito bom e o solo esbanja técnica e feeling.

Lançada como single, “Suicide Messiah” atingiu a 24ª posição da parada de singles. As letras da canção são sobre o vício em heroína do vocalista do Stone Temple Pilots, Scott Weiland.

“Forever Down” é outra ótima faixa com um riff bem composto, pesado, lento e marcante. Mais uma vez o trabalho de Zakk nas guitarras é soberbo.

“In This River” é outra das canções mais conhecidas da banda, possuindo uma das características marcantes de Zakk: sua grande capacidade de compor baladas incrivelmente tocantes e cheias de sentimento.

Quase toda ao piano, como acontece algumas vezes na discografia da banda, “In This River” é uma excelente faixa, que possui um solo de guitarra repleto de sentimento e técnica. É um dos pontos mais altos do álbum.

Embora tenha sido composta meses antes do trágico acontecimento, “In This River” foi dedicada à memória do guitarrista “Dimebag” Darrell Abbott (ex-Pantera e Damageplan) que foi brutalmente assassinado em dezembro de 2004. Zakk disse que ao ler novamente as letras, sentiu que era emocionante o suficiente para dedicar ao seu grande amigo e que pessoas próximas a Darrell ficaram satisfeitas com a homenagem.

Lançada como single, atingiu a 32ª posição na parada norte-americana correspondente. Há também um videoclipe promocional, que mostra algumas imagens de Darrell, incluindo duas crianças que simulam Zakk e Darrell como amigos de infância (o que, na realidade, é uma ficção, pois a amizade começou com ambos já adultos).

“You Must Be Blind” possui um riff bem forte e também um andamento bem mais rápido, tornando-se mais cadenciada no refrão. “Death March” mantém o alto nível do trabalho, sendo um pouco mais lenta, mas com bastante peso, outra ótima música. “Say What You Will” é uma faixa bem direta, contando com um bom riff rápido e inspirado.

“Too Tough To Die” é mais um bom trabalho do Black Label Society, possuindo um ritmo bem mais cadenciado, com apresentação interessante nos vocais de Zakk Wylde e outro ótimo solo. “Eletric Hellfire” possui vocais bem mais gritados no refrão e na introdução, embora não possua um riff rápido como outras canções do álbum. “Spread Your Wings” é mais uma ótima faixa bem heavy metal do álbum, outro excelente riff e grande inspiração na guitarra, tanto nos riffs quanto o solo.

“Been A Long Time” é mais uma ótima canção com riff bem pesado e Zakk trabalha muito bem seu vocal característico. Outro ponto alto do álbum. O solo é matador. Fecha o álbum a faixa “Dirt On The Grave” uma bela balada com muito sentimento, como Zakk sabe tão bem fazer.

Em outubro de 2005, o baixista James LoMenzo deixa a banda e meses depois se junta ao Megadeth. Seu substituto foi o baixista original da banda, John DeServio.

Mafia foi extremamente bem recebido, tanto pelo público quanto pela crítica especializada, vendendo mais de 250 mil cópias em seu lançamento, propiciando à banda a assinar contrato com uma grande gravadora, a Roadrunner Records, em 2006.

Mafia atingiu a 15ª posição da parada norte-americana de álbuns, um grande feito para um álbum lançado por um selo independente. Claro, com este feito, atingiu o topo da parada de sucessos que contabiliza apenas álbuns desta natureza.

Formação:
Zakk Wylde – Vocal, Guitarra, Baixo, Talk Box, Piano
James LoMenzo – Baixo em  "Say What You Will"
Craig Nunenmacher – Bateria

Faixas:
01. Fire It Up (Wylde) – 5:01
02. What's in You (Wylde) – 3:00
03. Suicide Messiah (Wylde) – 5:47
04. Forever Down (Wylde) – 3:39
05. In This River (Wylde) – 3:52
o6. You Must Be Blind (Wylde) – 3:27
07. Death March (Wylde) – 3:05
08. Dr. Octavia (Wylde) – 0:50
09. Say What You Will (Wylde) – 3:46
10. Too Tough to Die (Wylde) – 2:50
11. Electric Hellfire (Wylde) – 2:28
12. Spread Your Wings (Wylde) – 4:09
13. Been a Long Time (Wylde) – 3:07
14. Dirt on The Grave (Wylde) – 2:51

Letras:
Para o conteúdo das letras, recomendamos o acesso a: http://letras.terra.com.br/black-label-society/

Opinião do Blog:
O Black Label Society permitiu que o guitarrista Zakk Wylde expandisse sua criatividade como compositor, demonstrando sua enorme capacidade para criar canções cativantes.

Tanto compondo verdadeiros petardos do melhor estilo Heavy Metal quanto baladas acústicas, Zakk demonstra enorme sensibilidade enquanto compositor. Suas músicas possuem sempre a garantia de ótimo trabalho nas guitarras, visto que ele é um excepcional guitarrista, dos melhores de seu tempo.

Ao mesmo tempo, o guitarrista se mostra também um talentoso compositor de baladas, sejam acústicas ou não. Por toda a discografia da banda, Zakk apresenta ótimas canções deste estilo. Uma boa amostra disto está em “In This River”, presente em Mafia.

Por falar em Mafia, Zakk presenteia o ouvinte com um grande trabalho baseado em uma sonoridade calcada no Heavy Metal, de ótima qualidade. Canções como “Fire It Up”, “Suicide Messiah” e “Forever Down” são ótimos exemplos disso.

Mafia é um álbum muito bem recomendado pelo Blog, sendo o mesmo indicado para quem deseja conhecer o trabalho deste excelente músico da atualidade.

Vídeos Relacionados:

Fire It Up, ao vivo


Suicide Messiah, ao vivo


In This River, ao vivo


Forever Down


Contato: rockalbunsclassicos@hotmail.com