25 de julho de 2013

DIAMOND HEAD - LIGHTNING TO THE NATIONS (1980)


Lightning To The Nations é o álbum de estreia da banda britânica chamada Diamond Head. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 3 de outubro de 1980 através do selo Happy Face. As gravações aconteceram no Old Smithy Recording Studio, em Worcester, Inglaterra, no ano anterior. A produção ficou a cargo de Reg Fellows.



O Blog já tratou de outras bandas da chamada New Wave Of British Heavy Metal, ou NWOBHM, como Iron Maiden, Saxon e Def Leppard. Chegou o momento de abordarmos outro ótimo grupo oriundo deste movimento e que teria um legado valiosíssimo para o mundo do Heavy Metal.

As origens do Diamond Head começam com amigos de escola, Brian Tatler e Duncan Scott, brincando de tocarem instrumentos. O nome da banda surgiu de um pôster, que Tatler tinha em seu quarto, do álbum de mesmo nome de Phil Manzanera (famoso guitarrista britânico).

De uma viagem com a escola também veio o vocalista do conjunto: Sean Harris, que durante a viagem cantava “Be-Bop-A-Lula”, música de Gene Vincent. No quarto de Brian Tatler, Sean Harris foi testado e aprovado para o posto.

O grupo se concentrou em fazer shows locais na região de Black Country, com sua primeira maior apresentação em 10 de fevereiro de 1977, em uma escola na cidade de Stourbridge, mas que não deixou boas recordações.

Brian Tatler


Em seus primeiros dias, a banda tocou somente alguns covers e se concentrou em compor seu próprio material. As exceções foram "Paranoid" do Black Sabbath, "It’s All For The Love of Rock and Roll" do Tuff Darts e "Motorhead" da legendária banda de mesmo nome.

Brian Tatler disse em uma entrevista que havia composto mais de 100 canções antes do primeiro lançamento oficial do grupo, mas que apenas 1 uma música do set list que o conjunto apresentava em 1978 apareceu no álbum de estreia – “It’s Eletric”.

A banda gravou algumas fitas-demo do próprio bolso em 1979. O seu som único e a qualidade da composição ganharam a atenção suficiente para a banda fazer uma turnê de apoio aos gigantes do AC/DC e do Iron Maiden.

Apesar de várias gravadoras manifestarem interesse em contratar a banda, os fracassos eram constantes. O Diamond Head, na época, era gerido por Reg Fellows e a mãe de Sean Harris, Linda Harris, que supostamente recusaram uma oferta de gestão dos influentes Leiber / Krebs Management.

Assim, enquanto outras bandas da NWOBHM assinaram com grandes gravadoras e lideravam suas próprias turnês, o Diamond Head permaneceu independente. A administração do grupo decidiu que iria lançar seu material através de um selo que pertencia a Muff Murfin, chamado "Happy Face Records". Muff também possuía um estúdio onde a banda fez muitas de suas primeiras gravações.

O primeiro lançamento do grupo foi o single “Shoot Out The Lights”, de 1979. Já em 1980, sairia o segundo single, através da Media Records, “Sweet and Innocent”.

No mesmo ano, a banda também gravou seu álbum de estreia pela Happy Face Records. Mais comumente conhecido como Lightning To The Nations, o disco, oficialmente, não tem título. Ele foi gravado em sete dias no The Old Smythy Studio, em Worcester, um local que a banda descreveu mais tarde como "morto".

O álbum foi embalado em uma capa lisa e sem título ou listas de músicas, apenas com a assinatura de um dos membros da banda. Os gestores do grupo pensaram que ele deveria ser percebido como um “álbum-demo”, e, assim, nenhuma capa mais trabalhada seria necessária, o que a tornou muito menos onerosa para que fosse produzida.

As primeiras 1000 cópias foram prensadas e disponibilizadas nos concertos ou através de ordens de pedidos (pelo correio), com preço por cerca de 3,50 libras.

A única publicidade se deu através da Sounds (publicação britânica) e correu por seis semanas, mas a banda não pagou pela publicidade e acabou sendo processada.

A ideia de gravar o álbum de estreia do grupo veio dos gestores Reg Fellows e Linda Harris como uma tentativa para exporem as faixas como meio de atrair a atenção de uma gravadora, a qual bancaria os custos da gravação.

Sean Harris


Lightning To The Nations tornou-se um dos itens mais procurados entre os colecionadores de discos. Mais 1000 cópias foram prensadas (desta vez com a lista das músicas) uma vez que as primeiras mil já haviam se esgotado.

Infelizmente, as fitas originais em estéreo foram perdidas depois que foram enviadas para a gravadora alemã, Woolfe Records, e nunca mais voltaram de lá. No entanto, a Woolfe Records lançou uma versão em vinil do álbum com uma nova capa. As fitas foram finalmente recuperadas por volta de 1989.

Lightning To The Nations, muitas vezes, devido a capa paupérrima da primeira prensagem, é conhecido como White Album (Álbum Branco).

LIGHTNING TO THE NATIONS

Homônima ao álbum, “Lightning To The Nations” abre o álbum.

O que se houve é um Heavy Metal tradicional, bem forte e presente, marcado pela intensa presença das guitarras através do inspirado riff que dá corpo à canção. A sonoridade e o clima é bem típico pra quem conhece a NWOBHM, mas com o toque do Diamond Head: a agressividade das guitarras.

As letras têm um tom jovem e o refrão funciona muito bem:

I'm going to set you down
I'm going to make it right
I'm going to bring it home
I'll bring you lightning to the nations



THE PRINCE

A segunda faixa do disco é “The Prince”.

A velocidade e o peso estão presentes logo de cara no início da segunda canção do álbum: um forte riff logo dá passagem a um eficiente solo. Após isto, outro riff – o principal da música – se apresenta. Ele mantém certa cadencia, mas é composto de peso e melodia simultaneamente. A interpretação de Sean Harris é muito boa.

As letras possuem certa obscuridade e tons de terror sendo o personagem uma figura diabólica:

Angel from below, change my dreams
I want for glory's hour, for wealth's esteem
I wish to sell my soul, to be reborn
I wish for earthly riches, don't want no crown of thorns



SUCKING MY LOVE

A terceira música de Lightning To The Nations é “Sucking My Love”.

A maior canção do disco não deixa o ritmo do mesmo cair. O riff inicial tem uma pegada típica da NWOBHM, desta vez mais cadenciado, mas sem perder um naco sequer de peso. Harris mostra sua versatilidade como vocalista ao longo dos quase 10 minutos da faixa. Certamente um dos pontos bem altos do trabalho.

As letras têm clara conotação sexual:

Tasty, tasty, tasty, tasty
Into her valley, all her charms taste of love
Oh yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
Fragrance of my dreams, yeah go down, take my love



AM I EVIL?

A quarta faixa do trabalho é “Am I Evil?”.

Com guitarras e bateria marcantes, o início de “Am I Evil?” é inconfundível, com o solo bem curto, mas cativante, logo após a intro. O riff principal da canção é cativante, pesado e repleto de uma malícia agressiva contagiante. A interpretação de Sean Harris é cheia de emoção e sentimento, formando, em seu conjunto final, um dos maiores hinos da história do Heavy Metal.

A letra mistura um espírito de vingança associada a temas como bruxaria e obscurantismo:

As I watched my Mother die, I lost my head
Revenge now I sought, to break with my bread
Takin' no chances, you come with me
I'll split you to the bone
Help set you free

“Am I Evil?” acabou se tornando uma das mais conhecidas canções do grupo, presença garantida e obrigatória no set list da banda.

A banda Faith No More fez uma versão para este clássico, mas não chega nem perto da repercussão da versão que o Metallica executou, lançando-a como lado B do seu single “Creeping Death”.

Muito graças a esta gravação, a música se popularizou e está presente em diversos games de diferentes plataformas. Um clássico.



SWEET AND INNOCENT

A quinta canção do disco é “Sweet And Innocent”.

“Sweet And Innocent” é a menor música do álbum, sendo mais simples e direta. O riff forte e com o peso certo a transformam em uma faixa que contagia qualquer fã de Heavy Metal tradicional. Os vocais de Sean Harris, talvez, sejam o ponto de maior destaque dentro desta interessante composição.

A letra tem uma conotação bem maliciosa em tons de conquistas:

You live it good girl
And baby you live it high
You reach it easily, makes me wanna cry
You look so fine girl
I suppose you always do
So fine and so sweet
It's good to look at you
Sweet and innocent
And settled down
Sweet and innocent



IT’S ELECTRIC

“It’s Electric” é a sexta música de Lightning To The Nations.

Simples, curta e direta, “It’s Electric” contagia devido ao riff extraordinário criado por Tatler e pela interpretação completamente vigorosa de Harris. O refrão que repete apenas o nome da canção funciona de maneira maravilhosa, assim como o solo que transborda feeling por todos os cantos. Faixa sensacional.

A letra é quase autobiográfica, mostrando um jovem com as ambições e sonhos de construir uma carreira:

I'm gonna be a rock 'n' roll star
Gotta groove from night to day
Gotta blow my honey jar, yeah
Gotta blow my blues away
I'm gonna make a stand
I'm gonna make a million



HELPLESS

A sétima – e última – faixa do álbum é “Helpless”.

Uma pequena introdução da bateria de Duncan Scott abre a canção, mas logo é dominada pelo riff, cadenciado, mas repleto de peso e agressividade. Próximo do refrão, há uma intensificação do andamento e da velocidade do riff inicial, fato o qual permite à música se tornar ainda mais interessante e cativante. Ótimo solo!

A música tem letras simples, em tom de perdição que se transfere como destino da personagem central:

I can see the stars, I can see what's going on
Every night alone, I sing my songs just for fun
Only time will tell if I make it myself someday
The stage is mine, music is my destiny
Cannot squeeze the life from me
I can see the stars, I can see what's going on




Considerações Finais

Como foi um álbum praticamente independente e com mínima divulgação, não houve eficiência suficiente para que o trabalho entrasse nas paradas de sucessos de Reino Unido ou Estados Unidos.

Entretanto, o boca-a-boca e a divulgação através dos fãs – em conjunto com a incessante capacidade do grupo se apresentar em espetáculos – fez com que Lightning To The Nations lançasse o Diamond Head como um dos principais nomes da NWOBHM.

O sucesso foi tanto que a principal repercussão do trabalho foi o seu legado: influenciar bandas que surgiriam depois, auxiliando de maneira indireta na criação do Thrash Metal norte-americano. O Diamond Head, através de Lightning To The Nations, influenciou o Megadeth e mais fortemente o Metallica.

Metallica que costumeiramente tocava covers de canções do álbum: “The Prince”, “Helpless”, “Am I Evil?”, “It’s Electric” e “Sucking My Love” eram presentes nos shows dos californianos e todas, exceto a última, foram gravadas e são encontradas em lançamentos oficiais do Metallica. (obs: procure o álbum Garage Inc., de 1998).

A revista japonesa Burn elegeu Lightning To The Nations como o álbum terceiro colocado em uma lista de melhores discos com riffs em todos os tempos. O livro Guitarists' Book of Heavy Metal colocou “Am I Evil?” como quinto melhor riff de todos os tempos.

Depois, outras gravadoras maiores lançaram novamente Lightning To The Nations em novas tiragens através do mundo, incluindo uma que consta os singles previamente lançados ao álbum.



Formação:
Sean Harris – Vocal
Brian Tatler – Guitarra
Colin Kimberley – Baixo
Duncan Scott – Bateria

Faixas:
01. Lightning to the Nations (Harris/Tatler) - 4:15
02. The Prince (Harris/Tatler) - 6:27
03. Sucking My Love (Harris/Tatler) - 9:35
04. Am I Evil? (Harris/Tatler) - 7:39
05. Sweet and Innocent (Harris/Tatler) - 3:13
06. It's Electric (Harris/Tatler) - 3:37
07. Helpless (Harris/Tatler) - 6:52

Letras:
Para o conteúdo complete das letras, indicamos o acesso a: http://letras.mus.br/diamond-head/

Opinião do Blog:
Falar de Lightning To The Nations é mencionar um dos mais influentes álbuns da história do Heavy Metal. Ao encantar um jovem dinamarquês de nome Lars Ulrich, o disco foi contribuição notável para o estilo que seria desenvolvido pelo Metallica.

O blogeiro confessa que somente conheceu o Diamond Head por conta dos inúmeros covers que a banda californiana fez das canções de Lightning To The Nations. Claro que o Metallica impôs seu estilo nas músicas, mas sem fazer com que elas perdessem sua personalidade original.

Lightning To The Nations é, na opinião do Blog, um dos mais fantásticos discos da história do Heavy Metal. Não há músicas de enchimento, nem embromação, nem perda de tempo. Toda duração do trabalho é uma aula de Metal e de riffs.

O que falar da faixa título, de “It’s Electric”, de “The Prince” e de “Helpless”? Nada. São canções que transbordam do melhor da NWOBHM. E “Am I Evil?” é das melhores canções de todos os tempos, uma rifferama infernal.


Não há muito mais o que se dizer. Se você gosta de Heavy Metal, certamente vai se deliciar – como o baterista Lars Ulrich – com este álbum espetacular.

16 de julho de 2013

WISHBONE ASH - WISHBONE ASH (1970)


Wishbone Ash é o álbum de estreia da banda britânica de mesmo nome, ou seja, o Wishbone Ash. Seu lançamento oficial ocorreu no dia 4 de dezembro de 1970 com as respectivas gravações ocorrendo no mês de setembro daquele mesmo ano, no De Lane Lea Studios, em Londres, na Inglaterra. O produtor foi Derek Lawrence e o disco saiu pelo selo Decca/MCA.



Falar de Wishbone Ash é debater sobre uma banda que marcou a história do Rock. É tratar de pioneirismo no uso das chamadas “guitarras gêmeas”.

O Wishbone Ash foi formado em torno do mês de outubro de 1969, sendo fundado pelo baixista Martin Turner e o baterista Steve Upton, na cidade de Torquay, na Inglaterra.

O primeiro guitarrista do grupo foi o irmão do baixista Martin Turner, Glenn Turner, que tocava em um grupo chamado Tanglewood. Mas, brevemente, Glenn deixa-os para retornar à sua cidade natal.

Assim, o Manager da banda, Miles Copeland III, publicou um anúncio em jornais procurando por um guitarrista e, também, por um tecladista para completarem o futuro conjunto que surgia.

Para o posto de guitarrista, a disputa se encerraria com dois postulantes ao cargo: Andy Powell, um londrino que viu o anúncio no jornal musical Melody Maker. O outro candidato era Ted Turner – que não era parente de Martin – natural da cidade de Birmingham.

Andy Powell


Incapazes de se decidirem por Powell ou Turner, a decisão marcou não só a formação do conjunto mas também o futuro do Rock: a solução foi deixar os dois guitarristas tomarem parte do grupo e ver como isto influenciaria a sonoridade da banda.

A musicalidade da banda foi tomada pelo surgimento da chamada “twin lead guitars” (ou guitarras gêmeas). Diferentemente do som das guitarras da banda The Allman Brothers Band, o Wishbone Ash incluiu fortes elementos de rock progressivo, folk e música clássica.

Faltava, “apenas”, um nome para o grupo. Após os membros da banda escreverem vários nomes sugeridos em duas folhas de papel, Martin Turner pegou uma palavra de cada lista e formou o nome do conjunto  - eram as mesmas 'Wishbone' e 'Ash'.

Ted Turner


No início de 1970, a banda marcou um show de abertura para o já famoso grupo Deep Purple. Isto mudaria a história do Wishbone Ash.

Durante a passagem de som, o guitarrista do Purple, Ritchie Blackmore, estava aquecendo sozinho no palco, quando Andy Powell subiu, ‘plugou’ sua guitarra e começou a tocar e a improvisar junto com Blackmore.

Blackmore, impressionado, posteriormente recomendou o Wishbone Ash ao produtor do Deep Purple, Derek Lawrence, ajudando a banda a garantir um contrato com a gravadora Decca / MCA Records.

O álbum de estréia da banda, Wishbone Ash, foi lançado em dezembro de 1970. As gravações ocorreram no De Lane Lea Studios, em Londres, durante o mês de setembro do mesmo ano. A arte da capa é bem simples e o produtor do disco acabou sendo o próprio Derek Lawrence.

BLIND EYE

Abre o disco a faixa “Blind Eye”.

A canção já se inicia com uma sonoridade bem bluesy, com um riff carregado de Blues Rock. A interpretação dos vocais também segue a linha, assim como a cozinha de Martin Turner e Steve Upton. É uma música simples e bem direta, mas muito empolgante.



A letra é pequena e simples, como se pode notar:

You turned a blind eye to everything I ever said,
 You turned a blind eye to everything I ever did
You didn't worry, why call your telephone?
You didn't worry, baby,
You're just content to roam around
Yes, you are

Lançada como single, não obteve maior repercussão nas paradas de sucesso do gênero.



LADY WHISKY

A segunda faixa do álbum é “Lady Whisky”.

Nesta canção, oque se houve é um típico rock setentista com um pé no Hard e bastante melodia. As guitarras gêmeas dão as cartas em um riff bem inspirado e cheio de ritmo. Os vocais se casam muito bem com a parte instrumental da música. Solo inspirado!

A letra apresenta uma metáfora sobre o abuso de álcool de maneira criativa:

Lady Whiskey, such a sad sight, stumblin' as she walks
She even hates herself sometimes
Keep her clear, for it's Saturday night
Drowns her sorrow, eases her pain,
Waits for tomorrow, when she'll do the same again



ERRORS OF MY WAY

A terceira música de Wishbone Ash é “Errors Of My Way”.

Desta vez, o Wishbone Ash aposta em uma melodia surpreendentemente dotada de suavidade e, ao mesmo tempo, intensa. As guitarras gêmeas, obviamente, dão as caras em um momento contagiante e espetacular. Os vocais se casam perfeitamente à parte instrumental, construindo uma canção especial no disco.

A letra, pequena e simples, é dotada de sentido de culpa e fé, em forma de agente de mudança:

Guess I got no one around to pull me through
I just need someone to turn to, yes, I do
Doin' my best just to change my yesterday,
Then I won't have no more errors of my way



QUEEN OF TORTURE

“Queen Of Torture” é a quarta música do trabalho.

“Queen Of Torture” é a menor faixa do disco e aposta em um som mais direto e simples. O riff é empolgante, trazendo o puro Hard Rock setentista. As guitarras brilham, em especial no solo inicial. A canção é curta, mas funciona muito bem.

As letras são simples e com uma alusão à solidão e abandono:

She walked right out on me. Yeah, yeah, yeah, yeah, yeah
Has anybody seen my woman out around the city?
She ain't been home for two weeks now,



HANDY

A quinta faixa do álbum é “Handy”

“Handy” é a maior música do disco, superando os 11 minutos. Os primeiros 1:40 minutos são dedicados ao baixo de Martin Turner e a partir daí uma belíssima e suave melodia servirá de base para a canção. Em uma faixa quase que toda instrumental, percebe-se todo o talento do grupo que flerta com o Blues, apresenta algumas pitadas folk e tem toques de rock progressivo e psicodélico. “Handy” está recheada de solos matadores e guitarras gêmeas, tornando-a genial.

A letra é quase imperceptível, simples e fala de um amor que não deu certo:

Was sat down by my fire, hear a voice of desire,
Want to be friends again
I keep tellin' you,man, she's only a pain
She don't fit in my scene,
She don't fit in my world no more



PHOENIX

A sexta – e última – canção de Wishbone Ash é “Phoenix”.

A faixa “Phoenix” também é longa, superando a casa dos 10 minutos. Um riff muito belo e dotado de suavidade é a principal construção da música. Assim como sua predecessora, há influência do rock psicodélico e progressivo em sua constituição, com as guitarras de Andy Powell e Ted Turner brilhando de maneira impressionante. Outra canção muito acima da média.

Como o nome sugere, a letra se refere ao mitológico pássaro que renasce de suas próprias cinzas, sugerindo o renascer da vida:

Bird, rise high from the cinders, leave it all behind,
All the ruins and the fire
Bird, raise your head from the ashes - many men lay dead.
You can see them like I
Phoenix rise, raise your head to the sky



Considerações Finais

O álbum de estreia do Wishbone Ash nunca foi um tremendo sucesso comercial. Mesmo assim, está longe de ser um fracasso.

Acabou conquistando posições nas duas principais paradas de sucesso de álbuns: a mais que modesta 208ª colocação na parada norte-americana do gênero e a muito boa (em especial para uma banda desconhecida) 29ª em sua correspondente britânica.

O disco acabou ficando mais conhecido e demonstrando sua importância com o passar do tempo e à medida que o Wishbone Ash conseguiu ser uma banda mais conhecida e bem-sucedida comercialmente.

O uso das guitarras gêmeas e a fusão de estilos e influências acabaram sendo reconhecidos pela imprensa especializada e se tornaram um marco no pioneirismo de seu uso.

Após sair em turnê para promover o seu álbum de estreia, o grupo começou a compor e gravar seu segundo disco, o afamado Pilgrimage, de 1971.



Formação:
Andy Powell – Guitarra Solo,Vocal
Ted Turner – Guitarra Solo, Vocal
Martin Turner - Baixo, Vocal
Steve Upton – Bateria

Faixas:
01. Blind Eye (Powell/Turner/Turner/Upton) – 3:15
02. Lady Whisky (Powell/Turner/Turner/Upton) – 6:13
03. Errors of My Way (Powell/Turner/Turner/Upton) – 6:56
04. Queen of Torture (Powell/Turner/Turner/Upton) – 3:23
05. Handy (Powell/Turner/Turner/Upton) – 11:37
06. Phoenix (Powell/Turner/Turner/Upton) – 10:26

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: http://letras.mus.br/wishbone-ash/

Opinião do Blog:
O Wishbone Ash é mundialmente conhecido por ser uma das bandas pioneiras no uso das “guitarras gêmeas”, com os guitarristas Andy Powell e Ted Turner sendo considerados dos mais importantes do Rock em todos os tempos, muito por ajudarem a desenvolver uma técnica que seria extensivamente usada por bandas como Iron Maiden e Judas Priest, por exemplo.

Ao construir canções que se apoiam muito mais nas partes instrumentais que propriamente em letras ou vocais, o Wishbone Ash deixa transparecer uma gama diversificada de influências.

Suas canções mesclam o Blues, o Rock Psicodélico e o Rock Progressivo em doses generosas, todos em consonância com seu estilo Hard Rock setentista da melhor qualidade. Com o passar dos anos, não tanto neste álbum de estreia, o Folk também foi aparecendo.

Propriamente em seu debut, a banda apostou em composições próprias e que mesclam de maneira satisfatória quase todos os elementos supracitados. Há canções curtas e que funcionam muito bem como “Blind Eye”e a bela “Errors Of My Way”.

Também, apresentam duas faixas longas, quase que instrumentais e de extremos bom gosto e inspiração: as ótimas “Handy” e “Phoenix”.


Enfim, uma das bandas obrigatórias para quem gosta do Rock dos anos setenta. Álbum muito interessante.