28 de maio de 2014

REO SPEEDWAGON - R.E.O. SPEEDWAGON (1971)


R.E.O. Speedwagon é o álbum de estreia da banda norte-americana de mesmo nome, ou seja, REO Speedwagon. Seu lançamento oficial ocorreu em outubro de 1971, com as gravações acontecendo entre o ano anterior e 1971, primordialmente no Connecticut Recording Studios Inc. Os produtores foram Paul Leka e Bill Rose III e o selo responsável foi o Epic.


O REO Speedwagon é uma banda que fez bastante sucesso comercial no início da década de oitenta, fazendo músicas que fundiam o rock com uma forte veia pop. Neste post se mostrará o início do grupo, que mostrava uma veia mais voltada para o Rock Progressivo e o Hard Rock.

No outono de 1966 , Neal Doughty adentrou o curso de engenharia elétrica da Universidade de Illinois em Champaign , no mesmo Estado, entrando como calouro. Em sua primeira noite, ele encontrou outro estudante, Alan Gratzer.

Eles logo começaram uma banda de rock. Gratzer era um baterista desde os tempos do colégio e estava tocando em um grupo local nos fins de semana, enquanto Doughty havia aprendido algumas músicas dos Beatles no piano de seus pais.

Alan Gratzer
Doughty começou a seguir em torno da banda de Gratzer, eventualmente participando em uma ou duas músicas. Pouco tempo depois, o guitarrista Joe Matt chamou o líder da banda de Gratzer e disse que ele, o baterista Gratzer e o baixista Mike Blair haviam decidido deixar a banda e começar uma nova com Doughty.

Eles fizeram uma lista de músicas para aprenderem durante as férias de verão enquanto Doughty conseguiu um emprego para comprar o seu primeiro teclado. Em seu órgão Farfisa, ele aprendeu "Light My Fire", do The Doors, nota por nota.

Os membros voltaram para a faculdade no outono de 1967, e tiveram seu primeiro ensaio antes das aulas começarem. Eles nomearam a banda de REO Speedwagon, baseados no REO Speed Wagon, um caminhão que Doughty havia estudado na história do transporte e cujas iniciais são as de seu fundador Ransom E. Olds.

Ao invés de pronunciar REO como uma única palavra como a empresa fez, eles escolheram por soletrar o nome com as letras individuais, sendo cada uma delas pronunciadas.

Em seu início o grupo tocava covers em bares do campus, festas de fraternidade e eventos universitários. A primeira formação era composta por Doughty nos teclados, Gratzer na bateria e vocais, Joe Matt na guitarra e vocal e Mike Blair no baixo e vocais.

Na primavera de 1968, Terry Luttrell tornou-se o vocalista e Bob Crownover e Gregg Philbin substituíram Matt e Blair, respectivamente. Marty Shepard tocou trompete e Joe McCabe tocava sax neste momento até  que McCabe teve que se mudar para a Southern Illinois University.

Crownover tocou guitarra para o grupo até o verão de 1969, quando Bill Fiorio o substituiu. Também passou pelo posto de guitarrista Steve Scorfina compondo com a banda e se apresentando ao vivo, antes de ser substituído por Gary Richrath no final de 1970.

Gary Richrath
Richrath era um guitarrista e compositor prolífico que trouxe material original para a banda, incluindo a canção "Ridin' the Storm Out". Com Richrath a bordo, a popularidade regional da banda cresceu tremendamente.

A banda assinou contrato com a Epic Records em 1971. Paul Leka, um produtor de discos da Costa Leste, trouxe a banda para seu estúdio de gravação em Bridgeport, Connecticut, onde gravaram material original para o seu primeiro álbum. A formação da banda consistia em Richrath, Gratzer, Doughty, Philbin e Luttrell.

A capa do álbum apresenta a frente do caminhão REO Speed Wagon, em uma sacada bem inteligente. Vamos às faixas:

GYPSY WOMAN’S PASSION

A primeira música do álbum já mostra que o som da banda é bastante influenciado pela levada norte-americana do Blues, mas ao mesmo tempo, o grupo tinha um pezinho no Hard Rock. A guitarra é bastante presente, assim como os teclados de Doughty. Um começo bastante promissor.

A temática da música é sobre a liberdade:

And nobody knows where we're going too far, yeah
Something was sure or we gotta do, oh hey!
Maybe we got no direction. Said we got no place to go, no no.
She shoved all our batch end; am I just a big wad blow? Yeah yeah
Gypsy woman's passion, said I'm not gonna let you go
What'd I say, anyway, let's get on with it!



157 RIVERSIDE AVENUE

Um dos grandes sucessos do grupo é a segunda canção do trabalho. Com um ritmo contagiante, a melodia empolga qualquer um. “157 Riverside Avenue” continua com a mesma pegada Blues da faixa anterior, mas com os teclados dando um verdadeiro show. Faixa emblemática do início da carreira do REO Speedwagon.

A letra é simples fazendo uma ode à Riverside Avenue:

It's over, Miss Lena, we're leaving. Such a pleasant stay, I must say.
So nice, so easy, we hate to say goodbye to you
At 157 Riverside Avenue.

A música se refere ao endereço da banda na cidade de Westport, Connecticut, onde o grupo ficou para a gravação do disco. Embora não tenha sido lançada como single, é a canção de maior sucesso do grupo presente em seu álbum de estreia.

“157 Riverside Avenue” se tornou obrigatória nos shows da banda, frequentemente sendo tocada e expandida, com solos de teclado e guitarra. Um clássico!



ANTI-ESTABLISHMENT MAN

A terceira faixa do trabalho mantém o ritmo estabelecido no início do disco. Mas desta vez, a pegada do grupo está um pouco mais cadenciada, boa parte por conta de um riff muito interessante.  A guitarra de Richrath é o grande destaque da música.

A letra tem um tom de crítica aos governantes americanos, incluindo uma mensagem anti guerra (Vietnã):

I'm tired of your treating
All of my children the same
Everywhere!
Spending all that money
On a stupid war in Vietnam
(When we need it at home)



LAY ME DOWN

A quarta canção do disco possui uma levada um pouco mais calma, aproximando-se do que seria considerada uma balada. A voz de Luttrell se encaixa bem com a parte instrumental da música, formando uma boa composição, mas nada de extraordinário.

A letra tem uma clara conotação de decepção amorosa:

I lied to myself
Tried to believe in you
But it's hard to rely on the ghost of someone you hardly even knew
You bring things out
Just to bring me down
Then you twist them about and shove 'em in my face
Til my eyes can't see any good
Yeah!



SOPHISTICATED LADY

A música começa com um ritmo bastante acelerado, com um riff muito interessante, com a dose certa de força e velocidade. Novamente é possível sentir a forte presença do teclado de Doughty, fazendo uma ótima parceria com a guitarra de Richrath, a qual brilha intensamente. Um dos pontos mais elevados do trabalho!

A letra da música se refere a uma mulher culta, mas que não conhece as coisas práticas da vida:

Educated lady with your college degree,
Amazes me why you just can't see
Learned ev'rything from your books on the shelf,
But no one ever taught you how to think for yourself



“Sophisticated Lady” foi lançada como single para promover o disco e atingiu a modesta 122ª posição na principal parada norte-americana desta natureza.



FIVE MEN WERE KILLED TODAY

A levada da canção é bem tranquila e calma, com uma pegada bastante suave. A voz de Luttrell acaba sendo o maior destaque na música, pois se casa perfeitamente com a parte instrumental, transmitindo um tom de questionamento. Composição bem interessante.

A letra segue uma linha de questionamento:

Five men were killed today,
Leaving five wives as widows
Six men they tried to kill
Maybe one will live to raise his son
I've tried so hard
To tell you what went wrong
Been fighting for so many years
For something so very wrong
When will men ever learn
That happiness is his to be earned?



PRISON WOMEN

“Prison Women” é a menor faixa do álbum e, desta maneira, é bastante direta. Conta com um ritmo bastante envolvente, seguindo a linha do Blues Rock. É uma música simples, mas bastante animada.

A letra é simples e em tom de brincadeira:

Strumming down the river, the moonlight would shiver
Are hurting me with dance in my eyes
I’m on the other side, they’re gonna have them videos
Back and back to their side
Like tears to a mouse, a biting to a clam
I was tracking to the opposite shore
A passion from a dead man, playing, burning, biting
Life from limping eyes, yeah



DEAD AT LAST

A oitava – e última – faixa do disco de estreia do REO Speedwagon é “Dead At Last”. Com mais de 10 minutos, possui algumas mudanças de ritmo e andamento, mas é a canção mais diferente do trabalho. Deixa de lado a influência Bluesy, abraçando mais firmemente o Hard Rock setentista. Pessoalmente, foi impossível ouvi-la e não me lembrar do incrível Deep Purple. Excelente forma de se encerrar o álbum.

A letra é curtíssima e tem outra vez um chamado à liberdade:

'Cos I'll start by working, while we're calling a kind of dead
Torn by the curtains of our building shows no less...aaaahh!!!



Considerações Finais

O álbum R.E.O. Speedwagon não causou nenhuma grande repercussão após seu lançamento, não conseguindo alcançar nenhuma das principais paradas de sucesso nem mesmo dos Estados Unidos.

O disco acabou atraindo mais atenção quando a banda explodiu verdadeiramente, em especial na década de oitenta e alguns fãs procuraram os trabalhos anteriores do grupo.

“157 Riverside Avenue” acabou se tornando um clássico do Rock setentista norte-americano, ganhando ampla circulação nas emissoras de rádio daquele país. Como foi dito, é presença obrigatória nos shows da banda.

Pouco tempo após o lançamento do álbum, já no início de 1972, o vocalista Terry Luttrell deixou o REO Speedwagon, sendo substituído por Kevin Cronin, que gravaria o segundo álbum do grupo naquele mesmo ano.



Formação:
Terry Luttrell - Vocal
Gary Richrath - Guitarra
Gregg Philbin - Baixo
Neal Doughty - Teclados
Alan Gratzer – Bateria

Faixas:
01. Gypsy Woman's Passion (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 5:17
02. 157 Riverside Avenue (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 3:57
03. Anti-Establishment Man (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 5:21
04. Lay Me Down (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 3:51
05. Sophisticated Lady (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 4:00
06. Five Men Were Killed Today (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 3:00
07. Prison Women (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 2:36
08. Dead at Last (Luttrell/Richrath/Philbin/Doughty/Gratzer) – 10:08

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://www.azlyrics.com/r/reospeedwagon.html

Opinião do Blog:
O REO Speedwagon tem o seu nome sempre associado ao Rock com pegada bastante Pop (ou AOR), surgido no fim dos anos 70 e início dos anos 80, já que o grupo fez um sucesso enorme com seus álbuns lançados naquele período.

O Blog, entretanto, preferiu apontar o disco de estreia da banda, muito menos badalado, o qual possui uma identidade sonora completamente diferente do som que a mesma faria alguns anos mais tarde.

Aqui o conjunto apostou nas raízes da música norte-americana, fundamentalmente no Blues Rock e acertando em cheio. Flertam deliberadamente com o Hard Rock, produzindo um trabalho que contagia e empolga na mesma sintonia.

Os músicos fazem ótimos papéis nas composições. Terry Luttrell canta de maneira diversificada pelas faixas, competentemente. Gary Richrath brilha com sua guitarra, bem como Neal Doughty nos teclados (o grande destaque do álbum). A seção rítmica é presente e responsável direta pela qualidade das músicas.

As letras são boas, algumas vezes simples, mas abordam temáticas jovens e outras vezes questionadoras.

Sem dúvidas, o grande clássico do disco é mesmo a excelente “157 Riverside Avenue” que por si só, já valeria o álbum. Mas não é apenas isto: há as ótimas “Anti-Establishment Man”, “Sophisticated Lady” e “Gypsy Woman's Passion”; além da intrigante e envolvente “Dead At Last”, a qual foge totalmente da proposta do disco, mas o encerra de maneira primorosa.


Enfim, o álbum de estreia do REO Speedwagon é um ótimo momento do nascente Hard Rock norte-americano, mas com uma pegada bem mais bluesy. Com excelentes canções, é extremamente bem recomendado pelo Blog. 

5 de maio de 2014

JAMES GANG - RIDES AGAIN (1970)


Rides Again é o segundo álbum de estúdio da banda norte-americana chamada James Gang. Seu lançamento oficial aconteceu em julho de 1970, com as gravações ocorrendo em novembro de 1969, no Record Plant Studios. O selo responsável foi o ABC Records e a produção ficou sob a responsabilidade de Bill Szymczyk.

Embora não tão conhecida do grande público em geral, o James Gang é uma importante banda do início dos anos 70, responsável por auxiliar no desenvolvimento e popularização do Hard Rock. Vai-se contar um pouco da história do grupo para depois se abordar o álbum especificamente.


O início do James Gang se atrela ao baterista Jim Fox. Por volta de 1965, Fox (entre entradas e saídas diversas) tocou com a banda The Outsiders, obtendo algum sucesso.

Após deixar definitivamente o The Outsiders para retomar os estudos, Jim Fox resolveu montar sua própria banda, pois estava bastante influenciado pelos grupos britânicos Beatles e Yardbirds. Seu colega de classe, Ronnie Silverman, também foi convidado a tomar parte do novo grupo.

Aliás, algumas fontes consultadas afirmam que foi Ronnie Silverman quem sugeriu o nome James Gang para o grupo.

O primeiro line-up do James Gang tinha Jim Fox na bateria, Ronnie Silverman como guitarrista-base, Tom Kriss no baixo, Phil Giallombardo nos vocais e teclados e Greg Grandillo na guitarra-solo.

Rapidamente, Grandillo foi substituído por Dennis Chandler (que tocaria com Chuck Berry, BB King, entre outros) e este, por sua vez, deu lugar a um guitarrista apenas conhecido como Mouse.

Ao ouvir o ótimo guitarrista Glen Schwartz (que tinha acabado de sair do exército) e saber que duas de suas influências eram o Spencer Davis Group e Jeff Beck, Fox ficou atônito e convidou Schwartz para participar do James Gang.

Mouse, no entanto, não ficou tão entusiasmado com a maneira de Glen tocar e deixou o grupo logo em seguida. Ronnie Silverman foi o próximo, deixando o conjunto para adentrar ao exército.

Bill Jeric foi então trazido para tocar ao lado de Schwartz. Infelizmente, não há gravações lançadas por qualquer uma destas primeiras formações da banda.

Por volta do Natal de 1967, Schwartz, que acabou sendo declarado desertor do exército e acabara de romper o relacionamento com sua esposa, decidiu deixar a banda e se mudar para a Califórnia, onde acabou formando o Pacific Gas & Electric.

Poucos dias depois , logo após o novo ano de 1968, um amigo de Schwartz, Joe Walsh (de uma banda chamada The Measles), bateu na porta de Fox e pediu por um teste como substituto de Glen.

Joe Walsh

Walsh foi aceito e a banda continuou como um quinteto por um curto período de tempo até que Giallombardo, que ainda estava na escola no momento, deixou o grupo.

Jeric e Walsh trabalharam juntos em partes de guitarra, mas Jeric acabou deixando a banda na primavera de 1968. Ele foi então substituído pelo antigo membro Ronnie Silverman, que havia sido dispensado do serviço militar.

Em maio de 1968, o grupo fez um show em Detroit no Motown's Grande Ballroom, fazendo a abertura para o Cream. Em cima da hora, Silverman informou aos outros que ele não iria se juntar à banda na apresentação. O James Gang, desesperado por dinheiro, subiu ao palco como um trio. Gostando de seu som como um trio, os caras decidiram permanecer dessa forma.

Em 1968, a banda assinou com o manager Mark Barger. Barger coloca o James Gang em contato com o produtor Bill Szymczyk, da ABC Records, que os contratou com a nova filial da ABC (Bluesway Records) em janeiro de 1969.

Em março de 1969, o grupo, agora composto por Fox, Kriss e Walsh e produzido por Szymczyk, lançou seu primeiro LP, Yer' Album. Um bom trabalho, no qual o blog destaca “Funk #48” e “Take A Look Around”.

Já em novembro de 1969 é a vez do baixista Tom Kriss deixar o James Gang, sendo substituído por Dale Peters.

Fox, Peters e Walsh

Naquele mesmo mês, o grupo se reúne no estúdio The Record Plant para gravarem seu segundo álbum de estúdio, com a produção a cargo de Bill Szymczyk.

James Gang Rides Again tem uma capa bastante simples. Vamos às faixas.

FUNK #49

Talvez a mais conhecida canção do James Gang abre o seu segundo álbum. “Funk #49” mostra um grupo baseado em um riff bem voltado para o Hard Rock dos anos setenta, pois possui certo peso, mas simultaneamente se tem doses elevadas de melodia. A percussão está bem presente no meio da música e o trabalho é todo bastante empolgante.

A letra é totalmente simples, mostrando um vazio na vida de alguém:

Out all night, sleep all day,
I know what you're doing.
If you're gonna a-act that way,
Think there's trouble brewing

“Funk #49” foi lançada como single para promover o álbum, atingindo a 59ª posição na parada norte-americana desta natureza.


A faixa acabou se tornando um clássico do Rock Setentista, especialmente nos Estados Unidos. Está presente em muitos filmes e séries de televisão, como parte da trilha sonora. Como exemplo, está no filme de horror The Devil’s Rejects (2005) e na série da HBO The Sopranos.

Também aparece em jogos de videogames, como GTA IV, Test Drive Unlimited e Rock Band, além de comerciais do canal Fox Sports 1 nos Estados Unidos.



ASSHTON PARK

Seguindo a linha apresentada na primeira faixa, “Asshton Park” também possui um riff inspirado e repleto de melodia, que é a base sólida desta bastante curta canção. Trata-se de uma música instrumental. Bem legal.



WOMAN

A terceira música do álbum mostra a banda apostando mais pesadamente na sonoridade Hard, mas com fortes influências do Blues Rock. O riff principal da faixa é excelente, dando um clima muito intenso à canção. Grandioso momento do disco.

A letra tem conotação de flerte e é bem sensual:

Oh, woman, yeah
I don't want you to act so bad
Woman, yeah, yeah, yeah
You're the best thing I ever had
Wanna take you home, spend my time with you
You see it, babe, it's clear that I miss you



THE BOMBER

A quarta música de Rides Again é na verdade uma fusão de 3 diferentes canções: “Closet Queen” é uma composição própria do grupo; uma versão para “Boléro”, composição de Maurice Ravel; e “Cast Your Fate To The Wind”, de Vince Guaraldi. É uma faixa com bastante variação e muito interessante.

A letra de “Closet Queen” se refere à rebeldia juvenil:

When I became of age my mama sat me down
Said "Son, you've grown up, it's time you look around"
So I began to notice some things I hadn't seen before
That's what brought me here knockin' on your back door
Oh, yeah



TEND MY GARDEN

Repleta de melodia e sensibilidade é “Tend My Garden”, a quinta faixa do trabalho. Os vocais de Joe Walsh se casam perfeitamente com a musicalidade da canção, tornando-a ainda mais interessante. Não é exatamente uma balada, mas flerta com este tipo de música. Outro bom momento do disco.

A letra tem sentido romântico:

Flowers, she's sittin' for poses
She wants me to sing my song
Hours, she's a like a stoned Moses
Guess, I'll sing along, yeah yeah



GARDEN GATE

Outra canção bastante curta é “Garden Gate”. Sendo basicamente acústica, destacam-se o violão e a voz de Walsh, fazendo um momento mais melancólico do álbum, embora seja interessante como quebra do ritmo do disco.

A letra é bonita e é uma metáfora sobre a imprevisibilidade da vida:

The captain's in the chartroom
Navigating on a star
Can't know where we're going
'Cause he don't know where we are
Don't you think I don't know
How to tell the time
Can't you see you can't sell me 



THERE I GO AGAIN

“There I Go Again” segue o momento mais bucólico do trabalho, que tem uma levada mais calma e tranquila, com um clima quase acústico. A interpretação de Walsh se mostra perfeita para a sonoridade desenvolvida na faixa. Se falta peso e distorções, a banda compensa com feeling e bom gosto.

A letra se refere a uma decepção amorosa:

It may be I find my way
Not seeing her again
Tomorrow is a brighter day
Why should I pretend?
I know I won't see her again
We've gone our separate ways
Thinkin' of her now and then
Don't have much say



THANKS

“Thanks” também conta com uma levada mais suave, no violão, constituindo-se em uma balada que também demonstra o talento do grupo em compor este tipo de canção. O destaque fica para Walsh, o qual canta com muita emoção.

A letra é inteligente, misturando os sentidos de gratidão e crítica:

Thanks to them that feed you
Give the dog a bone
Thanks to them that give you
You haven't got your own
That's the way the world is
Get just what you can
Wake up again tomorrow
A little less a man
Yeah, oh, yeah



ASHES, THE RAIN AND I

A nona – e última – música de Rides Again é “Ashes, The Rain and I”. O lento e envolvente início da canção cria um clima bastante intenso para a mesma, que bebe fartamente na fonte do Blues mais melancólico aliada à presença de algumas orquestrações. O ritmo é mais calmo e bucólico, mas funciona de maneira bem interessante, fechando bem o trabalho.

A letra é bem pequena, mas repleta de significação. Reflete como a vida passa diante de nós sem que nos demos conta:

Sometimes I sit and I stare at the rain
Isn't rain filled with sorrow?
Wonder if I'll see my home again
Will it be dry tomorrow?
Time passes softly and I'm a day older
But still I'm living days gone by
Ashes to Ashes, the rain's turning colder
Finding tomorrow, the ashes, the rain and I



Considerações Finais

O álbum acabou por fazer algum barulho após seu lançamento, conquistando a 20ª posição da Billboard, a principal parada de sucesso norte-americana. Muito devido à boa repercussão de seu maior sucesso, “Funk #49”.

Também a crítica especializada recebeu o álbum de maneira positiva, destacando a melhora especialmente de Joe Walsh como compositor.

O resultado do sucesso do lançamento se refletiu no convite para o grupo ser a banda de abertura para a turnê norte-americana dos ingleses do The Who. O guitarrista Pete Townshend ficaria tão impressionado com o desempenho do James Gang que acabou os convidando para também fazer a abertura da turnê britânica do grupo!

No ano seguinte, o James Gang voltaria à Europa. Durante a turnê que promovia Rides Again, a banda acabou por dividir o palco com nomes consagrados como Grand Funk Railroad, Kinks e mesmo o fabuloso Led Zeppelin.



Formação:
Joe Walsh - Guitarras, Teclados, Piano, Percussão, Vocal
Dale Peters - Baixo, Teclados, Percussão, Backing Vocals
Jim Fox - Bateria, Percussão, Teclados, Órgão, Piano, Backing Vocals

Faixas:
01. Funk #49 (Fox/Peters/Walsh) – 3:54
02. Asshton Park (Fox/Peters/Walsh) – 2:01
03. Woman (Fox/Peters/Walsh)  – 4:37
04. The Bomber – 7:04
I - Closet Queen (Fox/Peters/Walsh)
II - Boléro  (Maurice Ravel)
III - Cast Your Fate to the Wind (Vince Guaraldi)
05. Tend My Garden (Walsh) – 5:45
06. Garden Gate (Walsh) – 1:36
07. There I Go Again (Walsh) – 2:51
08. Thanks (Walsh) – 2:21
09. Ashes, the Rain and I" (Peters/Walsh) – 5:00

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/james-gang/

Opinião do Blog:
O James Gang é mais uma banda do Rock Setentista a aparecer aqui no Blog, mostrando a admiração que este blogueiro tem pelo Hard Rock produzido naquela década. Embora não seja dos nomes mais conhecidos do público em geral, o grupo merece reconhecimento.

As inúmeras mudanças de formação podem ter atrapalhado a evolução natural do conjunto. Mas por suas linhas passaram pelo menos dois grandes nomes do Rock: Tommy Bolin (que foi o substituto de Ritchie Blackmore no Deep Purple na sua primeira saída, em 1975) e Joe Walsh, este que ficaria mundialmente conhecido por seu trabalho com a banda Eagles.

A fase que este blogueiro prefere da banda é justamente a que contava com Joe Walsh como líder e principal compositor. Os 3 primeiros álbuns do James Gang (os 3 que contam com Walsh) são extremamente recomendados aos leitores do Blog.

Mas o seu ponto mais alto é mesmo Rides Again. E aqui se pode observar 2 bandas “diferentes”.

A primeira é o James Gang mais pesado, flertando deliberadamente com o Hard Rock seminal da época de seu lançamento, presente nas 5 músicas iniciais do trabalho. Há riffs mais fortes e pesados, preenchendo o ambiente e sendo a base das canções.

Nas 4 faixas finais do disco, o James Gang mostra seu lado mais sensível, abusando mais do feeling, em levadas mais suaves e melódicas, muitas vezes quase acústicas. Entretanto, em ambas facetas percebe-se que a banda bebeu na fonte do Blues.

O destaque do álbum é o grande Joe Walsh, o qual canta de maneira perfeita para casar sua voz à sonoridade apresentada pelo grupo. Tudo é feito com absolutos talento e bom gosto.

“Woman” é uma excelente canção, assim como as belas “Tend My Garden” e “Ashes, The Rain and I”. Além disto há a incrível “Funk #49”, música que é um símbolo do grupo.

Com um álbum extremamente acima da média, o James Gang deixou um grande disco para a história do Rock. Ouça-o mais de uma vez e procure pelo menos os 3 primeiros discos do grupo, pois são extremamente recomendados pelo Blog. Até o próximo post!