27 de setembro de 2014

GARY MOORE - CORRIDORS OF POWER (1982)


Corridors Of Power é o terceiro álbum da carreira-solo do guitarrista norte-irlandês Gary Moore. Seu lançamento oficial aconteceu em setembro de 1982 através do selo Virgin. As gravações ocorreram entre março e maio daquele mesmo ano, no Townhouse Studios, em Londres, na Inglaterra. A produção ficou a cargo de Jeff Glixman.


Gary Moore é um dos mais criativos e talentosos guitarristas da história do Rock. Seja como membro de bandas ou em sua brilhante carreira-solo, algumas vezes investindo no Blues, Gary conquistou uma considerável base de fãs e gravou música de altíssima qualidade. Vamos abordar um pouco da carreira do músico para depois ater-se ao álbum em questão.

Moore cresceu na cidade de Belfast, Irlanda do Norte, tendo deixado a cidade enquanto era um adolescente, devido a problemas familiares e também aos conflitos étnicos-nacionalistas que estavam aflorando mais intensamente em sua terra natal.

Moore começou a se apresentar em uma idade bastante jovem, depois de ter pego um violão surrado com apenas oito anos. Ele ganhou sua primeira guitarra de qualidade com a idade de 14 anos, aprendendo a tocar o instrumento com a mão direita no modo padrão mesmo sendo canhoto.

Com o objetivo de se tornar um músico, Gary se mudou para Dublin, na República da Irlanda, com a idade de 16 anos. Moore, nos seus primeiros dias, teve como principal influência e mentor o guitarrista Peter Green, do Fleetwood Mac.

Um parenteses: a contínua influência de Green em Moore foi posteriormente efetivada com uma homenagem a Peter no álbum Blues For Greeny, de 1995, disco no qual Gary Moore gravou músicas que consistem inteiramente em composições de Peter Green. Neste álbum tributo, Moore tocou uma guitarra Les Paul Standard de Green, a qual Peter havia emprestado a Gary, depois de deixar o Fleetwood Mac. Moore acabou comprando a guitarra, a pedido de Green, em suas palavras para "ela ter uma boa casa".

Gary Moore
Voltando, outras primeiras influências musicais de Gary Moore foram artistas como Albert King, Elvis Presley, The Shadows e The Beatles. Mais tarde, depois de ter visto Jimi Hendrix e John Mayall's Bluesbreakers, em sua cidade natal, Belfast, seu próprio estilo foi se tornando um som mais voltado ao blues-rock, que seria a forma dominante de sua carreira musical.

Em Dublin, Moore se juntou ao grupo Skid Row com Noel Bridgeman e Brendan "Brush" Shiels. Foi com esse grupo que ele ganhou reputação na indústria musical e iniciou sua associação com Phil Lynott, o líder do Thin Lizzy.

Em 1970, Moore se mudou para a Inglaterra e lá se fixou, embora tenha passado dois períodos curtos nos Estados Unidos.

Em 1973, sob o nome de "The Gary Moore Band", lançou seu primeiro álbum solo, Grinding Stone.

Em 1974, ele se juntou a Lynott, quando entrou pela primeira vez no Thin Lizzy, após a saída do membro fundador Eric Bell.

De 1975 a agosto de 1978, Gary foi parte do Colosseum II. Com a banda, ele também colaborou com Andrew Lloyd Webber, no álbum Variations, em 1978.

Em 1977, Moore se juntou novamente ao Thin Lizzy, em um primeiro momento como um substituto temporário para Brian Robertson, e, de forma permanente, um ano depois.

Em 1978, Gary lançou o álbum Back on The Streets, que contou com o auxílio de seu amigo Phil Lynott. Neste disco há a maravilhosa “Parisienne Walkways”, a qual atingiu o Top Ten da parada britânica de singles.

Já em 1979, com o Thin Lizzy, Gary Moore fez parte do excelente álbum Black Rose: A Rock Legend, que atingiu a exclente 2ª posição da parada britânica e possuía hits como “Waiting For An Alibi” e “Do Anything You Want To”.

Mas em julho de 1979 Gary Moore deixa definitivamente o Thin Lizzy para se dedicar inteiramente à sua carreira-solo.

Em 1980, Gary Moore acabou participando de um projeto nomeado G-Force, junto com o baixista Tony Newton, o baterista Mark Nauseef (Elf, Ian Gillan Band) e o vocalista Willie Dee (Captain Beyond). Eles lançaram apenas um álbum, também chamado G-Force, fazendo turnê com o Whitesnake, sendo até relativamente bem-sucedido. Mas a banda teve fim logo após o lançamento do disco.

Depois, Gary Moore chegou a participar de um projeto com Greg Lake, da lendária banda Emerson, Lake & Palmer.

Entre 1981 e 1982, Gary Moore começou a reunir um “time de peso” para gravar seu terceiro álbum solo, mas desta vez com mais foco para sua carreira-solo.

Ian Paice
Para a bateria, um monstro sagrado: Ian Paice, do Deep Purple, um dos notáveis melhores bateristas do Rock.

Para o baixo, Neil Murray, que havia tocado com o Whitesnake de David Coverdale. Nos teclados, Tommy Eyre, que era um renomado músico de estúdio, tendo participado de diversos álbuns de diferentes artistas.

O estilo adotado foi um Hard/Heavy muito bem tocado. Vamos às faixas:

DON'T TAKE ME FOR A LOSER

O álbum é aberto com uma faixa cujo riff é pesado, intenso, mas cadenciado, na zona em que Hard e Heavy são pouco diferenciáveis. Os vocais de Moore são bons, combinando perfeitamente com o ritmo empolgante da canção. O solo é bem legal. Ótimo começo.

A letra tem conotação de romantismo:

Baby, you used to be the one who could run around.
But now my heart is in my head,
and nothing you have said can pull me down
One day, I told you everything would come back on you.
And now you've had all your chances,
and your one night romances are through

Lançada como single nos Estados Unidos, atingiu a 31ª posição da parada exclusiva de música Rock.



ALWAYS GONNA LOVE YOU

Um piano em notas comoventes é a abertura de uma belíssima balada, "Always Gonna Love You". O riff possui certo peso, mas é completamente consumido pela melodia suave e envolvente. É uma das mais belas composições da carreira de Moore.

A letra é uma grande declaração de amor:

It's not the same when I look in her eyes,
The magic's not there.
And when I look I realise
What we could have shared.
I'm always gonna love you,
If loving means forever,
I'm always gonna want you,
I don't think I could ever



Também foi lançada como single, mas não repercutiu em nenhuma parada de sucesso desta natureza.



WISHING WELL

O Hard Rock forte e pesado volta à tona com "Wishing Well". O ritmo se altera em passagens mais cadenciadas enquanto acelera no refrão. O riff é um primor e a guitarra de Gary Moore é o grande destaque desta excelente música.

A letra tem uma clara mensagem pacífica:

You've always got somethin' to hide.
Somethin' you just can't tell.
And the only time that you're satisfied,
is with your feet in the wishing well.
In the wishing well

“Wishing Well” é um grande clássico do Rock, gravado originalmente pela excelente banda britânica Free. Gary Moore fez uma competente versão em Corridors Of Power.



GONNA BREAK MY HEART AGAIN

Outra música em que a sonoridade Hard Rock domina é "Gonna Break My Heart Again". Os vocais de Moore estão precisos e se casam perfeitamente com a sonoridade, mas, novamente, o destaque vai para sua guitarra inquietante. Ótima canção.

A letra tem conotação de provável decepção amorosa:

You've been turnin' me upside down
Since the day I met you
But no matter how hard I try,
I can't seem to forget you
You've been turning me inside out
Since the day I found you
So why do I spend all of my time
Just hangin' around you?




FALLING IN LOVE WITH YOU

Outra vez a veia sensível de Moore se aflora e ele entrega uma bela balada no álbum. Desta vez ele opta por linhas de guitarra bem suaves e tocantes, compondo ótimo efeito com sua voz. O ritmo é leve e cativante. O solo é formidável!

Novamente, a letra é uma declaração de amor:

And when I look into your eyes I see it,
Everything that I've been searchin' for
Darlin', I don't understand this feeling,
I just know it's growing more and more

Lançada como single, não obteve repercussão em nenhuma parada de sucessos desta natureza.



END OF THE WORLD

Contando com a participação nos vocais do lendário baixista/vocalista do Cream, Jack Bruce, "End Of The World" se inicia com Gary Moore fazendo um solo bastante criativo e inspirado com sua guitarra. Depois, a música se transforma em um Hard Rock com fortes inspirações no Deep Purple setentista. Excepcional momento do álbum!

A letra fala de uma ameaça vinda da antiga União Soviética:

The storm clouds are forming,
take heed of the warning to come
The Kremlin has told every nation
there's no place to run

Também lançada como single, outra vez não repercutiu em termos de paradas de sucesso.



ROCKIN' EVERY NIGHT

Um riff bem pesado e direto é a característica principal de "Rockin' Every Night", uma faixa curta e intensa, sendo a mesma representante do Heavy Metal tradicional no álbum. Destaque total para o trabalho magnífico de Ian Paice na bateria.

A letra é em tom festivo:

I don't care if they call the cops
I'm gonna keep on rockin' till the party stops
You can leave if there's too much noise
You know what they say, boys will always be boys
That's right
You know what I mean
Aaah

Foi mais uma faixa que foi lançada como single e não produziu efeitos nas paradas de sucesso.



COLD HEARTED

O peso e a veia mais metálica continuam presentes no trabalho com "Cold Hearted", mas a banda opta por um andamento mais cadenciado, com a ponte e o refrão bastante cativantes. A seção rítmica emprega um peso absurdo à música, especialmente notável no momento em que Gary Moore faz mais um solo belíssimo. Outro momento magnífico do trabalho.

A letra tem novamente conotação romântica:

I'm a man, but so often to say
I don't need nobody, to show me the way
I don't care if it's day or if it's night
Ain't nobody that's gonna teach me wrong from right
'Cause every hungry woman
Has tried to make a fool out of me




I CAN'T WAIT UNTIL TOMORROW

A nona - e última - faixa de Corridors Of Power é "I Can't Wait Until Tomorrow". A música volta com uma pegada bastante setentista, mas mais puxada para um Blues Rock. A melodia é belíssima e envolvente, com Moore mostrando um feeling descomunal nos solos. O disco é fechado de maneira extraordinária, com chave-de-ouro.

A letra é bem legal, versando sobre o imediatismo humano:

I've been reaching for something I might never touch
And I've been dreaming of something that I want so much
I've been counting all the tears in the falling rain
I've been trying to hide my fears, but it's all the same
And I don't know if I'll ever pass this way again




Considerações Finais

Corridors Of Power não foi nenhum retumbante sucesso comercial, especialmente em termos de vendagem, mas foi um álbum importantíssimo para a carreira de Gary Moore.

Ele deu ao guitarrista a noção de que poderia mesmo investir em sua carreira-solo, pois a repercussão, especialmente em termos da crítica especializada, foi bastante positiva.

O álbum atingiu a boa 30ª posição na parada britânica desta natureza enquanto alcançou a modestíssima 149ª em sua correspondente norte-americana.

Já em 1983, Gary Moore lançaria os álbuns Dirty Finger (que foi gravado em 1981 e lançado apenas em 1983) e Victims Of The Future.



Formação:
Gary Moore – Guitarras e Vocal
Ian Paice – Bateria e Percussão
Neil Murray - Baixo
Tommy Eyre - Teclados
Músicos Adicionais
John Sloman - Backing Vocals
Jack Bruce - Vocais em "End Of The World"
Bobby Chouinard - Bateria em "End Of The World"
Mo Foster - Baixo em "Falling in Love with You"
Don Airey - Teclados em "Falling in Love with You"

Faixas:
01. Don't Take Me for a Loser (Moore) - 4:17
02. Always Gonna Love You (Moore) - 3:56
03. Wishing Well (Rodgers/Kirke/Yamauchi/Bundrick/Kossoff) - 4:06
04. Gonna Break My Heart Again (Moore) - 3:19
05. Falling in Love with You (Moore) - 4:52
06. End of the World (Moore) - 6:53
07. Rockin' Every Night (Moore/Paice) - 2:48
08. Cold Hearted (Moore) - 5:12
09. I Can't Wait Until Tomorrow (Moore) – 7:47

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, recomenda-se o acesso a: http://letras.mus.br/gary-moore/

Opinião do Blog:
Não existem elogios suficientes que possam demonstrar toda a admiração que o Blogeiro sente pela obra de Gary Moore. Seja em sua belíssima fase voltada para o Rock, ou mesma na magnífica carreira em que o guitarrista optou por uma sonoridade Blues; ambas são igualmente cativantes e extremamente recomendadas aos leitores.

Mesmo sendo um álbum da carreira-solo de um guitarrista, Moore não se volta a apenas virtuoses, tendo seu foco principal sempre apontando para a construção de músicas e melodias que cativem o ouvinte. Seu trabalho, desta maneira, é excepcional.

Corridors Of Power é uma amostra de seu talento como guitarrista, claro, mas acima de tudo como compositor de Rock. Todas as faixas autorais do álbum possuem sua pegada 'rockeira' e apresentam composições de muito bom gosto.

Moore apresenta bons trabalhos nos vocais e dispensa quaisquer comentários sobre sua qualidade como guitarrista. Ele reuniu um timaço de músicos que o acompanham, com destaque para o baixo sempre presente de Neil Murray e a desnecessária exaltação da qualidade do monstro Ian Paice na bateria.

As letras, talvez, sejam o ponto de menor brilho do trabalho, por serem simples. Mas nada que denigra o álbum, pois situam-se na média geral. A temática romântica é a principal veia do álbum.

Não há muito o que dizer sobre a coleção formidável de canções. Há as brilhantes "Cold Hearted" e "End Of The World", a direta "Rockin' Every Night" e a excepcional composição "I Can't Wait Until Tomorrow". Mesmo quando opta por baladas, Moore se saiu muito bem com "Falling In Love With You" e o clássico "Always Gonna Love You".

Até o cover é certeiro, com uma brilhante versão da sensacional "Wishing Well", do Free.

Desta maneira, conclui-se que Corridors Of Power é um álbum bastante cativante, devendo ser ouvido atentamente por fãs de Rock e Hard Rock. Gary Moore é um músico extraordinário e sua carreira brilhante fala por si mesmo. Vá correndo procurar a discografia deste saudoso músico excepcional! Até o próximo post.

10 de setembro de 2014

TRAPEZE - MEDUSA (1970)


Medusa é o segundo álbum da banda inglesa chamada Trapeze. Seu lançamento oficial ocorreu em 13 de novembro de 1970, através do selo Threshold Records. A produção ficou sob a responsabilidade de John Lodge.

Bem longe – e bota longe nisso – de ser um sucesso comercial, o Trapeze é outra banda seminal do nascente Hard Rock setentista. Entretanto, Medusa, seu segundo álbum, é uma das melhores obras já realizadas dentro do estilo.

O Trapeze foi formado no ano de 1968, na cidade britânica chamada Wolverhampton.

O grupo se originou da parceria entre o vocalista John Jones e o guitarrista e tecladista Terry Rowley, ambos ex-membros de um grupo chamado Montanas, banda que ficou conhecida pelo seu hit “You've Got to Be Loved”.

Juntaram-se à dupla o cantor e guitarrista Mel Galley, o baterista Dave Holland e um jovem baixista de nome Glenn Hughes.

Glenn Hughes

Com esta formação, o grupo passou a ensaiar e se apresentar bastante para chamar o interesse de alguma gravadora.

E o interesse surgiu, com o Trapeze assinando contrato com a gravadora Threshold Records, que pertencia à banda The Moody Blues.

Logo em maio de 1970 o Trapeze lançou seu primeiro álbum, autointitulado, com produção de John Lodge, o baixista e vocalista do The Moddy Blues.

O que se ouve é um Hard Rock ainda em desenvolvimento, obviamente influenciado pela sonoridade Rock da década anterior.

Destaques para a ótima “Nancy Gray”, a brilhante canção denominada “Fairytale”, que mistura peso a belíssimas melodias, além de outra bela composição chamada “Send Me No More Letters”.

Logo após o seu lançamento e devido, talvez, sua baixa repercussão, o vocalista John Jones e o guitarrista e tecladista Terry Rowley resolvem deixar o Trapeze.

A dupla acabou retornando para a banda Montana.

Assim, o trio remanescente formado por Mel Galley, Dave Holland e Glenn Hughes decide continuar com o grupo.

Dave Holland

Pouco tempo depois, ainda em 1970, a banda resolve gravar e lançar seu segundo disco, agora apenas como um trio, denominado Medusa.

A banda daria um tiro certeiro ao colocar o baixista Glenn Hughes como vocalista, apostando na potência de sua excepcional voz!

A arte da capa é obra de Phil Travers. Vamos às faixas:

BLACK CLOUD

Já na primeira faixa de Medusa o ouvinte pode sentir que a banda procurava novos caminhos. O riff inicial já demonstra que o Trapeze estava buscando se envolver mais com o Hard Rock setentista, embora sem deixar sua veia melódica. Bela composição!

A letra trata de fugacidade do tempo:

No time to stop, keep on movin'
'Cause all the world is to see
No time to think
The thing that I am missing
Wherever I go
The black cloud's following me



JURY

O início de “Jury” mostra a bela veia melódica do grupo até que um riff pesado e visceral toma conta da faixa. O ritmo é cadenciado, de certa forma arrastado (no melhor sentido), mas o grande destaque são os vocais de Glenn Hughes, simplesmente fabulosos! Música extraordinária!

A letra é boa, apontando um julgamento com diversos sentidos:

Gave them their chances
They fell to the ground
I gave them all they had
But they were not around
They could not love
They could not love
Oh, they fell to the ground
And I'm coming home



YOUR LOVE IS ALRIGHT

Em “Your Love Is Alright” o Trapeze dá uma amostra de como o estilo Funk (o norte-americano, óbvio) influenciou a carreira de Glenn Hughes. O riff principal da canção possui toda a malícia e melodia do supracitado estilo, mantendo a força e personalidade do Hard Rock. Música bastante interessante.

A letra tem conotação romântica:

I've had bad bad times
People say that I'm rough
Why I can't tell you, baby
I can't tell you enough
For listen to me darlin', babe
What I have to say
You cannot be ashamed
To love today



TOUCH MY LIFE

Um riff cheio de melodia e ritmo é a marca inicial da quarta faixa de Medusa, “Touch My Life”. A música se desenvolve dentro do estilo Hard Rock setentista, sendo direta e forte. É a menor canção do álbum, mesmo assim de bastante qualidade.

A letra tem temática romântica:

Good morning, love, I hope you will stay
All of my life you've been running away
Around and around
Never turning inside
I've got a love, a love I can't hide



SEAFULL

Uma das mais belas melodias embala a quinta faixa do disco, “Seafull”. O ritmo é lento e cadenciado, mas repleto de intensidade, combinando totalmente com a atuação vocal de Glenn Hughes, a qual é espetacular. “Seafull” é uma das mais belas baladas de todos os tempos, tornando desnecessário muitas palavra para a descrever.

A letra combina perfeitamente com a melodia, transmitindo intensidade e tensão:

Sowing the seeds of love right here
Stretch out your light
To shade in the past
Now he who speaks
Can tell in our time
Gone is the day
And now here comes the night



MAKES YOU WANNA CRY

O ritmo muda completamente na sexta música de Medusa, “Makes You Wanna Cry”. O riff é repleto de melodia e ritmo, mas mantém certo peso, em um andamento mais arrastado. Entretanto, a canção cativa por sua simplicidade.

A letra inspira as pessoas para o recomeço:

With love all around now
Not sun in the sky
The wind kissed the trees
To the bird's lullaby
Makes you wanna cry
Makes you wanna cry



MEDUSA

A sétima – e última – faixa de Medusa é homônima ao álbum, ou seja, também se chama “Medusa”. Seu início é suave e envolvente, mas depois a música se transforma em um Hard Rock forte e vigoroso, esbanjando vitalidade, muito por conta de um riff pesado e dos vocais agressivos de Hughes. O solo é excelente. Canção maravilhosa!

A letra tem referência ao mito grego de Medusa:

I've got myself to blame
Through talking to your brother
Too late to say I'll stay
Too late to say I'll bother



Considerações Finais

Apesar da qualidade indiscutível de Medusa, o álbum passou praticamente sem causar qualquer barulho após seu lançamento, nem mesmo repercutindo em termos de paradas de sucessos.

Desta maneira, o sucesso comercial do grupo foi mínimo. Mesmo assim, a banda continuou excursionando intensamente, tanto no Reino Unido quanto nos Estados Unidos.

Foi em terras norte-americanas que o Trapeze chegou a fazer barulho, especialmente no Texas, onde foi influência para um novo grupo que surgia: o ZZ Top!

Foi com o passar do tempo que Medusa, e consequentemente o Trapeze, passou a ser reconhecido como merecia, em especial quando Glenn Hughes foi ficando mais conhecido por seus trabalhos no Deep Purple e na sequencia de sua carreira.



Formação:
Dave Holland - Bateria
Glenn Hughes - Baixo, Piano, Vocais
Mel Galley – Guitarra

Faixas:
01. Black Cloud (M. Galley/T. Galley) – 6:13
02. Jury (Galley/Galley) – 8:10
03. Your Love Is Alright (Galley/Hughes/Holland) – 4:54
04. Touch My Life (Galley/Galley) – 4:06
05. Seafull (Hughes) – 6:34
06. Makes You Wanna Cry (Galley/Galley) – 4:41
07. Medusa (Hughes) – 5:40

Letras:
Para o conteúdo completo das letras, indica-se o acesso a: https://letras.mus.br/trapeze/

Opinião do Blog:
Medusa é uma destas joias da década de 70 que foram redescobertas com o passar do tempo e que passaram praticamente despercebidas na época de seu lançamento.

O Trapeze também só ficou mais conhecido quando, principalmente, o baixista Glenn Hughes acabou se destacando em sua carreira como músico de vários grupos e em sua carreira-solo.

A atuação dos três músicos no trabalho é excelente. Mas, em especial, é o baixista Glenn Hughes quem mais brilha no álbum. Sua voz, bela e poderosa, contagia em praticamente todo o disco, tanto quando o ritmo é mais alegre ou nos momentos mais intimistas.

Não há música de enchimento neste álbum. Todas as faixas são no mínimo ótimas. Mas não há como não destacar a excepcional “Medusa”, a excelente “Jury” e a indescritível “Seafull”, esta uma das melhores canções da história da música.

Enfim, não há muito o que se dizer. Medusa é uma das pérolas mais preciosas dos anos 70. Álbum obrigatório para qualquer fã de Rock e uma aula de bom gosto. Disco espetacular!